Projeto ‘Para elas’ promove mais um bazar em favor de mulheres em situação de vulnerabilidade
Roupas, bijuterias e materiais de costura serão recolhidos nesta quarta, dia 6, na entrada da Faculdade de Medicina
Mais uma edição do bazar de artesanato e bijuterias do projeto de extensão Para elas, da Faculdade de Medicina, será realizada nesta quarta-feira, dia 6, a partir das 8h, na entrada do prédio da Unidade. A iniciativa promove ações direcionadas à atenção em saúde, à geração de renda e à superação do ciclo de violência doméstica contra mulheres.
O grupo oferece oficinas de restauração de bijuterias e organiza feiras na faculdade e outros locais de Belo Horizonte, em parceria com o poder público.
O Para elas foi criado há 11 anos pela professora Elza Machado, que faleceu em maio deste ano. Atualmente, é coordenado pela professora Marília Faleiro Malaguth Mendonça, do Departamento de Medicina Preventiva e Social (MPS), e por Lauriza Maria Nunes Pinto, pesquisadora do Núcleo de Promoção de Saúde e Paz do MPS.
“A feira de Natal é uma oportunidade de confraternização para as pessoas que participam dessa rede e de arrecadação de recursos para o projeto, principalmente para as mulheres”, explica a professora Marília.
O projeto recebe doações de roupas e bijuterias e materiais, como linhas, agulhas e miçangas, que podem ser entregues por qualquer pessoa na caixa Doe sua bijou, na entrada da Faculdade de Medicina (Avenida Professor Alfredo Balena, 190 – Centro).
Além dos eventos na Universidade, as integrantes do grupo organizam bazares autônomos nas regionais de Belo Horizonte e no projeto participa do BH+Feliz, projeto da Prefeitura de Belo Horizonte. Outra parceria importante é com a Secretaria de Segurança e Prevenção, para a capacitação de integrantes da Guarda Municipal visando ao atendimento a mulheres em situação de violência doméstica.
Oficinas
Ao longo dos últimos anos, mais de 1 mil mulheres participaram das oficinas de restauração do Para elas. O grupo também promove discussões sobre violência doméstica e de gênero e cuidado em saúde física e mental.
Cláudia Oliveira, integrante do projeto desde outubro do ano passado, conta que começou a participar a convite de uma amiga, depois de sofrer violência doméstica. “Eu estava desnorteada e acho que, se ela não tivesse me chamado naquele dia, estaria em casa até hoje”, diz.
Cláudia já produzia cosméticos artesanais em casa, mas começou a se dedicar mais à atividade graças ao incentivo das outras mulheres do grupo. Ela sofre de artrite reumatoide, e sua visão já foi impactada, dificultando o acesso ao mercado de trabalho. Hoje, a artesã vende perfumes e sabonetes nas feiras da Faculdade e em eventos em Belo Horizonte. “Desde então, muitas pessoas que nem conhecem o Para elas me convidam para outras feiras. Por isso, eu incentivo outras amigas a também participar.”