Resposta à Covid-19 tem muitas medidas e pouca eficácia
Análise de pesquisadores da Face indica falta de coordenação entre as ações do governo; coordenadora do estudo falou à TV UFMG
O governo brasileiro implementou várias iniciativas para o combate à Covid-19, que incluíram campanhas de informação, testes, medidas de ampliação da capacidade hospitalar e auxílio emergencial, entre outras. No entanto, o que se observa da análise dessas políticas é a falta de convergência entre elas.
A conclusão está em nota técnica produzida sob a coordenação da professora Fernanda Cimini, da Faculdade de Ciências Econômicas, que analisou as políticas adotadas pelo governo federal desde 31 de dezembro do ano passado, quando a China comunicou à Organização Mundial de Saúde o surgimento de uma nova cepa de coronavírus.
Segundo a professora, o estudo considerou o momento de implementação das medidas adotadas, as políticas de achatamento da curva, as ações para o aumento da capacidade, inclusive hospitalar, a mitigação de efeitos da pandemia e a capacidade de governança.
O estudo constata ainda que muitas dessas medidas são apenas recomendatórias, sem qualquer sanção ou eficácia, e redundantes. Como exemplo, Fernanda Cimini cita a existência de 50 políticas adotadas somente para regulamentar o trabalho remoto.
Cimini, que coordena no Brasil o trabalho de alimentação de plataforma mundial de mapeamento das políticas públicas de combate à Covid-19, afirma também que o resultado da análise já era esperado, em razão do caráter de novidade da pandemia, que obriga governos a fazer uma série de experimentações. Leia a íntegra do documento.
Entrevistada: Fernanda Cimini, professora da Faculdade de Ciências Econômicas
Equipe: Diogo Diniz (produção e edição de imagens) e Jéssika Viveiros (edição de conteúdo)