Nos últimos anos, o sofrimento mental dos estudantes de pós-graduação tem sido um tema cada vez mais discutido dentro e fora das universidades brasileiras. A abordagem expandida do tema possibilitou observar que a pandemia do novo coronavírus agravou casos de estresse, ansiedade e depressão também nessa parcela da população. Ainda que essa discussão não tenha gerado ações mais efetivas de forma geral, reconhecer que o ambiente acadêmico, em muitos casos, causa sofrimentos mentais é o primeiro passo para que o tema seja pensado e os problemas relacionados a ele sejam resolvidos. 

Em 2017, o então pesquisador de pós-doutorado na PUC-SP Robson Cruz concedeu entrevista à TV UFMG sobre as dificuldades enfrentadas pelos alunos – ele mencionou então problemas como bloqueio da escrita, ansiedade e dificuldade de cumprir prazos. Na ocasião, o pesquisador ressaltou a necessidade de enxergar a pós-graduação como um trabalho, que tem suas práticas, rotinas e cobranças e deve ser executado como tal, para que as pessoas tenham menos dificuldades e frustrações. 

Hoje professor do Departamento de Psicologia da PUC Minas, Robson, que cursou o doutorado na UFMG, afirma que os desafios, apesar de continuarem os mesmos, se intensificaram. De acordo com ele, o adoecimento mental é uma realidade da população de modo geral e, como parte da estrutura social, o ambiente acadêmico tende a refletir essa realidade. Sendo assim, no contexto de insegurança financeira, política e social em que o Brasil está inserido, é possível perceber que não apenas os estudantes sofrem, mas também professores das instituições. 

Em nova entrevista concedida à TV UFMG, Robson Cruz lista as principais evoluções que podem ser observadas em relação ao tema, mostra como a pandemia tem afetado alunos e alunas de pós-graduação e trata em perspectiva diferente a ideia de carreira acadêmica.

Equipe: Vitória Fonseca (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens), Renata Valentim e Flávia Moraes (edição de conteúdo)