Internacional

UFMG é a quinta melhor universidade da América Latina, segundo o ranking THE

Instituição subiu três posições na classificação regional e manteve-se como a federal brasileira mais bem colocada

Vista aérea do campus Pampulha
Vista aérea do campus Pampulha: evolução sustentávelLucas Braga / UFMG

A UFMG subiu três posições e alcançou o quinto lugar entre as 166 universidades de 13 países da América Latina e do Caribe avaliadas na edição 2020 do ranking The Times Higher Educacion (THE), um dos três mais importantes do mundo. A UFMG manteve a condição de melhor universidade federal do Brasil. O resultado foi anunciado nesta terça-feira, dia 7.

De acordo com o diretor-adjunto de Relações Internacionais, professor Dawisson Belém Lopes, é o melhor resultado alcançado pela UFMG na história desse ranking, apesar de, a cada ano, o levantamento escrutinar novas instituições. “Pela primeira vez, chegamos ao top 5”, diz ele. Em 2017, a Universidade era a 11ª colocada no levantamento; subiu para o nono, no ano seguinte, e para oitavo, em 2019. “Foi uma ascensão muito forte”, comenta.

O pró-reitor de Pesquisa, Mário Campos, acredita que o resultado da UFMG no levantamento “corrobora a qualidade e o impacto de sua pesquisa”, status atestado, por exemplo, pelo seu desempenho no critério citações. Nesse quesito, a UFMG registrou a nota 79,9, pontuação superior às de três das quatro universidades que se posicionam acima dela no ranking.

Mário Campos também chama a atenção para o resultado no critério ensino, no qual a UFMG alcançou o índice 91,8, o quarto melhor desempenho da região. “Conseguimos conjugar ensino e pesquisa de forma equilibrada”, afirma o pró-reitor.

Segundo Dawisson Lopes, esse resultado é coerente com uma tendência que vinha se desenhando desde o início do ano, quando a UFMG ficou entre as seis universidades latino-americanas mais bem classificadas na edição 2020 do Ranking de Instituições SCImago (SIR), que contempla pesquisa, inovação e relevância social e utiliza dados coletados na base Scopus e no Google, entre outras fontes. A Universidade não atingia essa posição desde 2009. “Trata-se de um crescimento sustentável. Aos poucos, a UFMG vai se firmando como referência regional incontornável nos campos da pesquisa e do ensino”, analisa Belém Lopes.

Visão maior
Essa evolução é atribuída pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida à preocupação constante da UFMG com a qualidade e a relevância do ensino, da pesquisa e da extensão desenvolvidos na Instituição e aos investimentos feitos nos últimos anos em um robusto processo de internacionalização.

“Ficamos muito contentes em termos nossa qualidade reconhecida internacionalmente, mas é importante destacar que isso é consequência de uma visão maior, relacionada à concepção que temos do papel de uma universidade pública do porte e da relevância da UFMG em um país como o Brasil. Sua qualidade não pode ser indissociada de seu impacto regional e de seu compromisso com a inclusão social e com a atuação na sociedade, como nossa imprescindível ação no enfrentamento à covid-19 tem demostrado”, afirma a reitora.

Para ela, esse reconhecimento põe mais um desafio diante da UFMG, que vem enfrentando sistemáticos cortes no fomento à educação, à ciência e à tecnologia. “Necessitamos de investimento sustentável para manter a produção científica, acadêmica e cultural em patamares aceitáveis e competitivos para contribuirmos para atender às demandas da sociedade e do país, em especial em momentos de crise como o que estamos vivendo e ainda vivenciaremos", defendeu a reitora da UFMG.

O ranking
De acordo com a organização do ranking, a versão latino-americana do THE baseia-se nos 13 indicadores de desempenho que sustentam a classificação mundial, mas os pesos foram recalibrados para refletir as características das instituições da região, que têm seu desempenho avaliado nos campos do ensino, da pesquisa, da transferência de conhecimento e no âmbito de sua inserção internacional.

A edição de 2020 avaliou 166 universidades em 13 países, frente às 150 instituições de 12 nações que figuravam na edição anterior. A Pontifícia Universidade Católica do Chile foi a primeira colocada pelo segundo ano consecutivo, à frente da USP e da Unicamp, que mantiveram, respectivamente, o segundo e o terceiro lugares.

O Brasil é o país com o maior número de instituições ranqueadas (61), seguido pelo Chile, com 30, e pela Colômbia, com 23.