Exposição de turma do curso de Museologia focaliza saberes do benzimento
Conhecidas por sua sabedoria e habilidades curativas, pessoas que perpetuam os saberes do benzimento são chamadas de diversas formas: benzedeiras, curandeiras, rezadeiras, entre outras. Como guardiãs desse conhecimento e suas tradições, elas transmitem, por meio da oralidade, práticas de cura e proteção.
Esse universo é explorado na exposição Deitar a bênção, concebida e desenvolvida pela 12ª turma do curso de Museologia da UFMG, e pode ser visitada até 16 de junho de 2024, no Centro de Arte Popular (CAP), integrante do Circuito Liberdade. A coordenação é da professora Verona Segantini, da Escola de Belas Artes, responsável pela disciplina Exposição museológica.
A exposição se desdobra em uma ampla programação cultural que busca comunicar ao público os saberes, memórias e práticas dessas pessoas. Por meio do encontro, da escuta e do registro audiovisual, a mostra compartilha com seus visitantes o processo de pesquisa, mapeamento e encontro com benzedores e benzedeiras da Região Metropolitana de Belo Horizonte, buscando reforçar a importância cultural e social das práticas desse saber ancestral.
A programação pode ser acompanhada no Instagram da exposição (@deitarabencao). Um dos seus destaques é um documentário dirigido por Vitú de Souza e Kaio B., produzido com base em 11 entrevistas, que estreou na abertura da mostra, no último dia 16, e voltará a ser exibido em outros momentos.
Vínculos
Grande parte dos benzedores encontrados pelos alunos do curso aprenderam o ofício com os mais velhos e guardam inúmeras histórias e saberes relacionados ao restabelecimento da saúde. A prática tem forte vínculo com seu entorno, por isso, ele são agentes importantes para a formação de identidade e de apoio à comunidade. A exposição busca, assim, valorizar a trajetória dos benzedores e ampliar o debate sobre o reconhecimento dos saberes tradicionais, além de contribuir para o combate ao racismo e à intolerância religiosa.