No Centro Cultural, Thaís Alessandra lança 'Vozes das águas' e ministra oficina de escrita criativa
Uma saudação ao Rio das Velhas, ao Rio Doce (Watu), ao Velho Chico e à Bacia Hidrográfica da Pampulha. O segundo livro da autora Thaís Alessandra resgata memórias atreladas aos corpos-águas conterrâneos que remetem à sua história e identidade. Publicada pela Arte Impressa Editora em 2024, Vozes das águas: um livro de poesias fluviais reúne poesias com reflexões sobre essas águas e saberes ancestrais.
As águas são seres de travessia e tamanha grandeza, cujos espíritos convidam a mudar o curso e fluir em liberdade rumo ao nosso destino. Para Thaís, “a publicação é um caminho de esperança de um mundo melhor que carrego às margens dos meus versos d’água”.
Ao evocar histórias de vários lugares do planeta, a obra possibilita ao leitor olhar para o mundo por meio dos olhos d’água e suas cosmovisões. Durante o início da escrita, a autora pensou que o livro não teria um fim, pois acredita que é impossível dar voz a todos os corpos d’água da Mãe-Terra.
A arte da capa é de Richard Bertolini, e o posfácio foi escrito pela escritora, professora e pesquisadora em literatura brasileira Heliene Rosa. O prefácio é do criador do Museu da Cultura Puri, Dauá Puri.
Oficina de escrita criativa
O lançamento ocorrerá na quinta-feira, dia 10 de abril de 2025, das 18h às 20h, no pátio do Centro Cultural UFMG. Na ocasião, Thaís Alessandra vai promover uma introdução à oficina de escrita criativa Palavra (per)formada: rio de palavras, que aborda a temática da obra, além de conversa com os leitores e sessão de autógrafos.
Essa será uma prévia da oficina que Thaís Alessandra ministrará em setembro no Centro Cultural Padre Eustáquio. A iniciativa visa conscientizar as pessoas sobre a importância de se preservar os corpos-híbridos, destacando as agressões vivenciadas na cidade por esses corpos-águas, ampliando a cosmovisão de mundos. A atividade foi classificada em 10º lugar no Edital 13/2024, da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) para bolsas de intercâmbio, e em primeiro lugar no Edital 7/2024 PNAB de criação literária e residência para escrita criativa.
Sobre a autora
Thaís Alessandra é afro-indígena descendente da etnia Puri e tem ascendentes do distrito de Santa Bárbara do Tugúrio, na Zona da Mata mineira. É poeta, artivista, performer e artista de múltiplas linguagens. Em 2023, venceu o Prêmio Paraná de Literatura com a série literária Aiyra e o rio (volume 1), o Prêmio Conceição Evaristo de Literatura Afrofuturista, com O homem do livro, e o Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres, com a obra O silêncio ancestral da poetisa.
Como documentarista, ela foi premiada em 2019 pela 1ª Bienal Black Brazil Art com a performance Lugar de fala? e foi selecionada pelo projeto nacional Cinemas em Rede (2018) com o curta-documentário Psiu… isso aqui tem graça!.
Thaís graduou-se em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário Estácio de Sá de Belo Horizonte em 2010 e deu seguimento aos estudos com o mestrado em Artes Cênicas, concluído em 2020 na Universidade Federal de Ouro Preto. Em 2021, concluiu licenciatura em Letras pela Faculdade Ibra.
