Terça, às 19h: identidade, identificação e política de cotas serão abordadas em conferência
Nesta terça-feira, 10 de novembro de 2020, será realizada a conferência Identidade e identificação racional no contexto da política de reserva de vagas. O evento integra o Novembro Negro UFMG, conjunto de atividades que tem o objetivo de reafirmar a negritude como razão de orgulho.
Da UFMG, participam do debate Licinia Maria Correa, pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis, e Rodrigo Ednilson de Jesus, presidente da Comissão Permanente de Ações Afirmativas e Inclusão (CPAAI) da UFMG. Ambos são professores da Faculdade de Educação (FaE).
Também foi convidada a promotora de justiça Lívia Sant'Anna Vaz, do Ministério Público da Bahia (MPBA). Em sua carreira profissional, Lívia destaca-se no trabalho relativo a temas como o feminicídio e a igualdade racial. Ela também é doutoranda em ciências jurídico-políticas na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Autoidentificação e identificação racial
“No encontro, vamos discutir o que diferencia identidade racial e identificação racial”, explica a professora Licínia Maria Correa, pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis. “Quando se trata do procedimento da heteroidentificação destinado a confirmar a política de reserva de vagas, tendemos a confundir esses dois conceitos, mas eles são distintos”, ela explica, lembrando que o conceito considerado no âmbito da política de reserva de vagas é o da identificação racial, não o da identidade.
A pró-reitora explica que a identidade racial diz respeito à atribuição de pertencimento étnico-racial à comunidade afrodescendente que o indivíduo faz a si mesmo, uma autoidentificação demarcada por diversas variáveis, como a ancestralidade. Já a identificação racial diz respeito não a como a pessoa se vê, mas a como as demais pessoas a identificam no cotidiano das relações sociais. “A identidade racial não se confunde com a identificação racial: uma coisa não exclui a outra, mas também não se assemelha necessariamente à outra. É sobre isso que vamos conversar”, pontua.
Com tradução simultânea em Libras, a atividade será transmitida a partir das 19h pelo canal da Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) no Youtube.
Novembro Negro
Realizado por meio de uma parceria da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) com o Centro de Convivência Negra (CCN) da UFMG, o Novembro Negro tem o objetivo de unificar a agenda de atividades que, historicamente, vem sendo realizadas na Universidade durante o mês dedicado a essa temática. “A UFMG já tem um forte debate nesse campo, que se renova a cada ano”, afirma Licinia Correa.
O evento segue até o dia 30 com atividades diversas, como minicurso, apresentações artísticas e um festival de teatro. Veja a programação.
As atividades do festival de teatro negro poderão ser acompanhadas em sua página no Facebook e assistidas no canal do Teatro Universitário (TU) no YouTube.