“É para você que escrevo, hipócrita. Para você — sou eu que te sacudo os ombros e grito verdades nos ouvidos, no último momento”. Ana Cristina Cesar, a marginal, a bruta, a teus pés. Esse é um trecho de fogo do final, presente no livro Poética, volume que reúne a obra lírica da escritora. Neste 2 de junho, a poeta carioca completaria 70 anos de idade. Este ano também marca as quatro décadas de lançamento do último livro da autora em vida, A Teus Pés. Uma das maiores representantes da poesia marginal da década de 1970, Ana Cristina Cesar deixou uma marca inapagável na literatura brasileira do século 20. 

A poesia marginal, ou Geração do Mimeógrafo, foi um movimento sociocultural que atingiu as artes no Brasil, sobretudo a literatura, influenciando diretamente na produção cultural do país. Entre as propostas do movimento, estavam a crítica aos conservadorismos, a subversão dos padrões convencionados para a arte e a incorporação de elementos e representações de violência à literatura. Ana Cristina Cesar também foi jornalista, tradutora e crítica literária. Mas o que a consagrou foi sua produção poética, que carregava uma identidade muito própria, entre a prosa e a poesia, o íntimo e o universal.

Nesta quinta-feira 2, o programa Universo Literário conversou sobre a vida e a obra da autora e o impacto de sua poética na literatura brasileira contemporânea com Natália Buzatti, mestranda em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela UFMG e pesquisadora de Ana Cristina Cesar.

Ouça a conversa com a apresentadora Michelle Bruck:

Ouça textos de Ana Cristina Cesar na interpretação da equipe Rádio UFMG Educativa e Cedecom UFMG