Novembro Azul: pela saúde do homem
Campanha Novembro Azul trabalha na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata
O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor mais comum entre os homens brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. No país, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa: muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, passam despercebidos, pois são sinais que podem ser confundidos como aqueles comuns ao avanço da idade. Para conscientizar a respeito da necessidade da prevenção e diagnóstico do câncer de próstata, além da importância de cuidados integrais com a saúde do homem, o mês é simbolicamente colorido na campanha Novembro Azul.
O Conexões recebeu Augusto Reis, professor de urologia da Faculdade de Medicina da UFMG e subcoordenador do serviço de urologia do Hospital das Clínicas da UFMG, para falar sobre a saúde do homem e o câncer de próstata. “O principal fator de risco é a idade. Nós sabemos que com o aumento da longevidade humana, principalmente após a sexta e sétima década, a incidência do câncer é maior nessas faixas etárias. Com o envelhecimento nós vamos perdendo algumas barreiras de eliminação de células que não deveriam crescer de maneira desordenada. E isso acaba aumenta o risco do câncer aparecer, o que acontece na próstata de homens mais velhos”, informa o professor. Além disso, também há uma relação desse tipo de câncer com a origem étnica. Os orientais, chamados a raça amarela, têm uma incidência menor. Os caucasianos, conhecidos como brancos, têm uma incidência um pouco maior. Os latinos, hispânicos, têm uma incidência ainda maior e no topo da lista estão os de origem africana. Também há o risco aumentado devido ao histórico familiar: em casos de parentes em primeiro grau que tenham tido câncer de próstata, os descendentes devem ficar atentos e fazer os exames preventivos antes do tempo recomendado para a população geral. “A partir dos 50 anos o ideal é que todo homem passe a colocar entre as suas preocupações referente à saúde a avaliação da próstata. Agora, naqueles dois outros grupos, indivíduos da raça negra ou com histórico familiar, o ideal é começar a partir dos 45 anos”, alerta o urologista Augusto Reis.
Câncer de próstata e a covid-19
Antes da pandemia de covid-19, o Inca estimava que 66 mil novos casos de câncer de próstata fossem diagnosticados neste ano de 2020, só no Brasil. No entanto, passamos por um período de isolamento social, necessário para evitar a propagação do vírus respiratório, que pode ter retardado o diagnóstico. Esse diagnóstico tardio é perigoso porque os pacientes podem chegar em estágio avançado. O urologista Augusto Reis também alertou sobre outros tipos de cânceres e tumores que podem ser identificados previamente nesses exames preventivos, como o câncer de bexiga e o tumor de pênis. Além disso, pacientes sob tratamento quimioterápico, ou que fazem radioterapia, têm o seu sistema imunológico enfraquecido e podem ser mais vulneráveis em caso de contágio pela covid-19. “As doenças oncológicas diminuem as respostas do sistema imunitário. E o sistema imunológico é o nosso sistema de defesa contra os agentes externos, como o coronavírus. Então, os pacientes que estão em tratamento com doenças mais avançadas, com o uso de quimioterápicos, podem ser mais suscetíveis a doença. Os com a doença localizada, que são o grande grupo, nós não temos ainda as respostas”, ressalta o professor.
É importante lembrar que esse é um período dedicado a falar sobre isso, mas o cuidado tem que ser o ano inteiro. Para isso, faça os exames preventivos e converse com o seu médico. Mais informações sobre o câncer de próstata na página do Inca.