Aceleração da inflação: por que ela atinge especialmente as famílias mais pobres?
Professor de Economia da UFMG avalia ações do governo que podem ter impactado nos preços
A prévia da inflação foi divulgada com registro de aumento de 1,73% em abril. Esse é o pior índice para o mês em 27 anos. Os números foram publicados pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, na última semana. Os principais itens que levaram ao aumento do IPCA 15, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, foram combustíveis, botijão de gás e gás encanado. Além disso, o preço médio do litro da gasolina alcançou a marca de 7 reais e 27 centavos, maior valor nominal da série registrada pela ANP, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, iniciada em 2004. A elevação do preço do petróleo no cenário internacional, principalmente devido à guerra na Ucrânia, estimula a alta no território brasileiro, uma vez que a política da Petrobras é repassar os valores externos para as refinarias dentro do país. Os alimentos também têm sua contribuição para o aumento inflacionário, principalmente tomate, leite longa vida, cenoura, óleo de soja e o pãozinho francês. Para o cálculo do IPCA-15, foram consideradas famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Goiaânia e Distrito Federal. Para acompanhar os principais resultados do IPCA-15, de abril, acesse o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: ibge.gov.br.
Para entender melhor o cenário inflacionário e como as ações de governo no Brasil podem ter agravado a alta dos preços, que é um problema mundial, o programa Conexões conversou com o professor de Economia da Face, a Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, Rafael Ribeiro.