Anexos da Escola de Belas Artes são inaugurados
Dirigentes relembraram os obstáculos enfrentados para que os prédios pudessem receber a comunidade acadêmica em fevereiro deste ano
A inauguração dos anexos da Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG foi marcada, na manhã desta sexta-feira, dia 19, pela emoção e pelas lembranças da difícil trajetória que culminou com a conclusão dos 3,7 mil metros da estrutura que conta com salas de dança, laboratórios para os cursos de graduação e salas que possibilitam a centralização das atividades administrativas da Unidade.
O diretor da EBA, professor Cristiano Gurgel Bickel, emocionou-se ao agradecer aos servidores, engenheiros, arquitetos e demais profissionais que estiveram diretamente envolvidos no projeto da construção dos anexos. Para ele, a inauguração do prédio marca um novo ciclo de esperança, visto que a última década foi marcada por um cenário de restrição orçamentária e ataques à educação e ao regime democrático.
“Os anexos representam 30% do total do espaço física da EBA, que passa a contar com uma estrutura que totaliza 12 mil m². Os novos prédios, além de centralizarem a atividade administrativa da Escola, possibilitam que tenhamos aulas práticas e fortalecem a identidade de cada área artística da nossa escola”, disse.
O professor acrescentou que o novo espaço vai ao encontro da Unidade de atender a diversidade e a pluralidade da arte, pois “é um local que vai propiciar, além de atividades regulares de ensino, a criação artística e cultural. Assim, a EBA fica mais próxima do seu compromisso de transformar a sociedade por meio da educação.”
Linha do tempo
O diretor da Unidade na gestão 1990-1994, professor Evandro José Lemos da Cunha, deu início à cerimônia apresentando uma linha do tempo sobre os diversos momentos que marcaram as obras dos anexos desde o seu início, em 2009. Cunha atuou na Escola por 16 anos, como diretor e vice-diretor e presenciou a publicação do Decreto 6.096, de 2007, que lançou o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Segundo ele, o decreto foi a “pedra fundamental” para o início do projeto dos novos anexos e dos novos cursos ofertados na Eba.
“Antes do Reuni, tínhamos apenas os cursos de graduação em Artes Visuais e Teatro. O programa do governo federal possibilitou a criação de novos quatro cursos, como o de Design, em parceria com a Escola de Arquitetura, e o de Museologia, em parceria com a Escola de Ciência da Informação (ECI).”
A reitora Sandra Regina Goulart Almeida acrescentou informações à linha do tempo das obras, contando que os trabalhos iniciaram em 2012, mas foram interrompidos em 2014. “Naquele ano houve cortes que paralisaram todas as obras da UFMG, pois perdemos 90% do nosso orçamento de capital, que é aquele direcionado às obras físicas do campus. Nosso orçamento era insuficiente, então tivemos que ir atrás de recursos por meio de emendas parlamentares. Só conseguimos retomar as obras em março de 2022. A obra da Belas Artes foi um sonho, e essa inauguração precisa ser celebrada com muita alegria”, comemorou.
A finalização das obras dos anexos da EBA integra o novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Seleções) do governo federal, lançado em setembro do ano passado, quando o presidente Lula anunciou investimentos de R$ 65,2 bilhões. Devido à participação do governo federal na conclusão do projeto, dirigentes da UFMG reuniram-se, no mês passado, com gestores do Ministério da Educação (MEC) e com o presidente Lula para tratar da destinação de R$ 5,5 bilhões para as universidades e institutos federais e para o descerramento da placa de entrega dos anexos I e II da EBA.
“O presidente não pôde estar aqui hoje, mas no nosso encontro ele me contou que estava muito feliz com a inauguração dos anexos e tem um carinho muito grande pela Escola de Belas Artes, que realizou o trabalho de restauração da imagem do Cristo que fica exposta no gabinete da Presidência, no Palácio do Planalto", disse a reitora. "A UFMG não parou com os cortes orçamentários, com a pandemia, ou com a greve que ocorreu neste ano. Isso reflete a importância da nossa Universidade para o povo mineiro e para a sociedade brasileira. Por isso, é necessário continuar investindo em educação e em ciência e tecnologia.”
Após a cerimônia de inauguração, os presentes visitaram as novas dependências dos novos anexos I e II da Escola de Belas Artes.
Em atividade
Os novos prédios da EBA já estão funcionando desde fevereiro. A obra custou R$ 28,5 milhões, incluindo os recursos de emendas parlamentares da bancada mineira no Congresso Nacional, que foram lembrados pela reitora.
Os dois edifícios atendem a uma comunidade formada por cerca de 2 mil estudantes e 180 servidores docentes e técnico-administrativos. Os anexos são interligados ao prédio principal por meio de uma passarela. Com 2,6 mil metros quadrados, o anexo 1, com cinco pavimentos, reúne diretoria, secretaria geral, gabinetes, salas de professores, colegiados de curso, biblioteca, salas especiais para o curso de dança e outros ambientes administrativos. O anexo 2, com dois pavimentos e 1,1 mil metros quadrados de área construída, abriga ateliês do curso de moda e laboratórios de gravuras de variadas técnicas.
A oferece seis cursos de graduação: Artes Visuais, Teatro, Cinema de Animação e Artes Digitais, Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis, Dança e Design de Moda. A Unidade também conta com um Programa de Pós-graduação em Artes, um curso de especialização em Ensino de Artes Visuais e um programa de mestrado profissional.