Chacina do Jacarezinho completa um ano e sociedade cobra respostas
Programa Conexões recebeu a a coordenadora jurídica do Instituto de Defesa da População Negra , Juliana Sanches
Nesta sexta-feira, completa-se um ano da chacina mais letal da cidade do Rio de Janeiro. No dia 6 de maio de 2021, a Polícia Civil do Rio fez uma operação na favela do Jacarezinho, na Zona Norte, que resultou na morte de vinte e oito pessoas. Além dos óbitos, os moradores relataram tortura, abuso de autoridade, invasão de casas por policiais sem mandado e confisco de celulares. A Secretaria da Polícia Civil fluminense declarou sigilo de cinco anos sobre os documentos de operações realizadas desde junho de 2020, inclusive a do Jacarezinho. A invasão policial ainda descumpriu decisão do Supremo Tribunal Federal que restringia operações em favelas durante o período de pandemia. Somente em outubro de 2021, dois policiais civis se tornaram réus pela atuação no caso e foram afastados de suas funções. Nessa quinta-feira, o MP denunciou outros dois agentes por dois assassinatos, alteração da cena do crime, além de fraude processual. Até o momento, os inquéritos relacionados a 24 mortes foram arquivados. Hoje, para marcar esse primeiro ano da chacina, o Observatório Cidade Integrada, iniciativa do IDPN, Instituto de Defesa da População Negra, realiza uma marcha e a inauguração do Memorial pelas Vítimas da Chacina do Jacarezinho. Criado em 2020, o IDPN oferece assistência jurídica para promover a equidade racial no Brasil. A entidade é uma das que se mobilizam para cobrar respostas das autoridades em relação às chacinas e outros abusos. O massacre do Jacarezinho não é um fato isolado, sobretudo no Rio, onde ocorreram vários outros, como o do Salgueiro, em novembro. Dados do relatório anual do Instituto Fogo Cruzado mostram que na região metropolitana da capital fluminense houve sessenta e uma chacinas ao longo do ano.
Para falar sobre todo esse cenário nesse dia que marca um ano do massacre do Jacarezinho, o programa Conexões conversou com a coordenadora jurídica do IDPN, Juliana Sanches. Durante a entrevista, ela apontou como o racismo está presente nas operações policiais, analisou as decisões do Ministério Público pelo arquivamento de investigações. Além disso, falou da atual situação dos familiares das vítimas e explicou a atuação do Instituto de Defesa da População Negra que oferece assistência jurídica para promover a equidade racial no Brasil. Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho do IDPN, você pode acessar o Instagram do instituto, @institutodpn.