Interesse público não pode ser confundido com interesse do governo, defende especialista
Professora da Universidade Estadual de Londrina comenta proposta do governo Temer de realinhamento da estratégia da EBC
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) foi criada há dez anos, em abril de 2008. A mesma lei que criou a empresa também enunciou, pela primeira vez, os princípios da comunicação pública no país. No dia 25 de abril, a gestão Michel Temer propôs que a Agência Brasil, órgão da EBC criado para produzir e difundir informações de interesse público, passe a divulgar apenas notícias do Estado brasileiro. Mais recentemente, nesta quarta-feira, 2, outra novidade nesse cenário: Temer exonerou o jornalista Laerte Rímoli do cargo de diretor-presidente da EBC, nomeando o diplomata Alexandre Guido Lopes Parola para o posto.
A professora de relações públicas Regina Escudero, da Universidade Estadual de Londrina, em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, defendeu que a comunicação pública só é possível em um ambiente democrático. "É uma condição sine qua non: onde não houver democracia, não haverá comunicação pública", afirmou. Sobre a comunicação pública no Brasil, Regina Escudero revelou que ainda "somos uma nova democracia" e que "uma política de comunicação pública no país ainda é embrionária". A conversa foi ao ar nesta quinta-feira, 3.
A professora Regina Escudero é autora do livro Comunicação pública: a voz do cidadão na esfera pública - construindo um paradigma profissional, publicado pela Editora Appris.