Convênio com Guiné Bissau vai promover pesquisa bilateral e formação docente e profissional
![Acervo CEA-UFMG A partir da esquerda, a gestora de projetos Marília Lima e o diretor do Inep, Leopoldo Amado, a coordenadora do CEA, Vanicléia Santos, e o diretor da Biblioteca Universitária, Wellington Carvalho](https://ufmg.br/thumbor/TSN1iSO6E9NUzip3pJA77jPYK6Q=/0x75:3600x2471/712x474/https://ufmg.br/storage/6/7/9/6/6796bc99ea3e58544f0ae336e4845a14_14912489271945_1714187859.jpg)
A UFMG e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) da Guiné Bissau já acertaram os termos de convênio que será firmado em breve entre as instituições e que prevê uma série de ações de cooperação nas áreas de pesquisa e de formação profissional.
O conteúdo do acordo foi elaborado conjuntamente em reuniões, no final de março, em Bissau, capital guineense, com a participação da coordenadora do Centro de Estudos Africanos da UFMG (CEA), professora Vanicléia Santos, e do diretor do Sistema de Bibliotecas da Universidade, Wellington Marçal de Carvalho. Eles foram recebidos pelo diretor geral do Inep, Leopoldo Amado, pela escritora e ex-ministra da Educação Odete Semedo, que também é diretora e pesquisadora do Instituto, pela coordenadora de gestão de projetos, Marília Lima, e outros investigadores.
Guiné Bissau, localizado na costa ocidental da África, é o único do grupo de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop) com o qual a UFMG ainda não tem convênio em vigor. Os outros integrantes do grupo são Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Além de projetos de pesquisa e formação, o convênio prevê a realização de um seminário internacional, duas exposições (uma sobre urbanidade em Guiné Bissau, a outra com tecidos guineenses de coleção privada), a implantação de um mestrado internacional e a edição de dois livros em parceria (o catálogo da mostra de tecidos e a tradução do relato do frade capuchinho francês Alex de Saint-Lô, que viajou pela Guiné Bissau no século 17). A Biblioteca Universitária vai capacitar profissionais guineenses.
Segundo Vanicléia Santos, a opção foi por estabelecer ações conjuntas com o Inep antes de iniciar relações diretas com as universidades guineenses. “O país se tornou independente apenas na década de 1970 e passou por um conflito civil, entre 2008 e 2009, que desestruturou sua economia. As universidades são muito jovens e ainda não contam com pós-graduação”, comenta a coordenadora do CEA. Ela ressalta que o Ministério das Relações Exteriores brasileiros já desenvolve projetos de formação de quadros da Guiné Bissau e que o futuro convênio poderá se inserir de alguma forma nesse cenário.
As parcerias da UFMG com os outros quatro países do Palop incluem pesquisas em áreas diversas, intercâmbio de professores e estudantes de graduação e pós-graduação e ações de cooperação técnica.
Ainda como resultado da missão do CEA à Guiné Bissau, o Centro de Estudos Africanos ainda vai adquirir todas as obras produzidas pelo Inep e pelas editoras Ku-si-Mon e Corubal. “Compreendemos a importância de conhecer a produção dos intelectuais guineenses”, diz Vanicléia Santos, acrescentando que o plano do CEA é formar acervo especial na UFMG de obras de editoras africanas, que já conta com mais de 400 títulos. O Centro está adquirindo 500 novos títulos de todas as editoras de Angola.