Extensão

Cresce participação das universidades nas políticas públicas, afirmam gestores

Em mesa, pró-reitor da PUC Minas destacou que a desigualdade no país abre enorme campo de atuação para a extensão

Em sentido horário: Ivana, Wanderley, Alexandro e Fabrício
Em sentido horário: Ivana, Wanderley, Alexandro e Fabrício Reprodução de tela: Raphaella Dias | UFMG

Na manhã desta quinta-feira, 11, o 9º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU), que termina hoje, sediou a mesa-redonda Extensão universitária e políticas públicas. Sob mediação de Ivana Bentes, professora de comunicação e cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o encontro contemplou três abordagens distintas do tema: a da reflexão científica, a da gestão pública e a do estudo de caso.

O pró-reitor de Extensão da PUC Minas, Wanderley Chieppe Felippe, tratou das diretrizes gerais em que se baseia a extensão universitária e recapitulou as definições associadas ao campo da extensão. Ele lembrou que a lei de diretrizes e bases da educação nacional estabelece que é tarefa das universidades “estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados às comunidades e estabelecer com elas uma relação de reciprocidade”.

Em seguida, Felippe convocou os participantes a pensar a extensão, paralelamente à sua definição formal, como “ações de caráter interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar para a compreensão da realidade e a busca de respostas aos seus desafios, por meio da interlocução permanente com a sociedade, visando à transformação social".

O pró-reitor – que é psicólogo e mestre em educação – lembrou que a desigualdade e a extrema pobreza vêm aumentando nos últimos anos no Brasil e no mundo. “Tais dados indicam que a condição de cidadania plena está longe de ser assumida e exercida por grande parte da população brasileira, o que tem aberto espaço para enormes demandas de ações de participação e intervenção das universidades”, disse.

Saberes conectados
Na sequência, Alexandro Cardoso Tenório, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), recuperou a sua experiência como coordenador geral da articulação promovida na sua universidade, de 2006 a 2011, entre o programa Conexões de saberes – que visa estimular a articulação entre as instituições universitárias e as comunidades populares – e o Escola aberta, que incentiva e apoia a abertura, nos finais de semana, de unidades escolares públicas localizadas em territórios de vulnerabilidade social.

“Trabalhos como esse nos ensinam a sermos profissionais melhores, mais preocupados e atentos a questões sociais e à formação integral das pessoas – não só dos alunos, mas também das pessoas das comunidades com quem a gente se relaciona".

Por fim, Fabrício Noronha, secretário de cultura do Espírito Santo, tratou de aspectos relacionados à extensão pela perspectiva da gestão pública. Em sua fala, Noronha – que também é artista plástico e produtor cultural – mencionou, entre muitos casos, um exemplo de governança que, desenvolvido em sua gestão, articula um fundo de inovação chamado Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI). “Trata-se de uma mobilização que envolve quatro pilares: o setor produtivo, as instituições, o governo e a academia. E nessa governança estabelecem-se algumas metas, relacionadas à criação de startups e ao ecossistema de inovação do Espirito Santo”, ele explicou.

Assista ao vídeo da mesa-redonda.