Arte e Cultura

Curso de dança da EBA recebe maior congresso de pesquisadores da área do país

Pensador quilombola Nêgo Bispo é o homenageado do evento, que reunirá, de 8 a 12 de julho, cerca de 500 artistas no campus Pampulha

Coreógrafa e antropóloga Junia Bertolino é uma das convidadas
Coreógrafa e antropóloga Junia Bertolino é uma das convidadas Foto: divulgação

O curso de Dança da Escola de Belas Artes (EBA) deverá reunir, de 8 a 12 de julho, cerca de 500 artistas-pesquisadores de todo o Brasil, além dos convidados internacionais, durante o 8º Congresso da Associação Nacional de Pesquisadores em Dança (Anda), que, nesta edição, homenageia o líder quilombola Mestre Nêgo Bispo.

Guiada pelo tema Começo, meio e começo: ancestralidades e cosmotécnicas, a programação prevê a apresentação de pesquisas em 11 comitês temáticos, palestras de pesquisadores estrangeiros, mesas, oficinas, exposição de pôsteres e lançamento de livros. A página de inscrições e a programação do evento podem ser acessadas no site da Anda.

Gil Amancio: doutor por Notório Saber pela UFMG e professor do Departamento de Artes Cênicas
Gil Amancio: doutor por Notório Saber pela UFMG e professor do Departamento de Artes Cênicas Foto: divulgação

Programação artística e científica
No auditório da Escola de Engenharia, um cortejo receberá os participantes e convidados para a conferência de abertura com a pesquisadora mexicana Margarita Tortajada Quiroz. Puxado pelos tambores dos professores da EBA Gil Amâncio e Jalver Bethônico, o cerimonial terá a participação da comunidade da Dança da UFMG e contará com uma benção da Rainha Belinha, do congado mineiro.

O evento ainda terá uma mostra artística no Teatro Francisco Nunes, com a apresentação dos artistas locais Maurício Tizumba e Júnia Bertolino. Ao longo do evento serão apresentados mais de 300 trabalhos de pesquisa, entre apresentações orais, artísticas e pôsteres. A professora Maria Aparecida Moura, que integra a comissão coordenadora da Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG, é a convidada para a conferência de encerramento.

Além de intensa programação artística e científica, o congresso também promoverá debates sobre políticas públicas para o ensino da arte no Brasil. Uma das mesas em destaque, SOS dança e teatro, com representantes da Anda, discutirá a exclusão dessas áreas da Prova Nacional Docente (PNC), mesmo sendo legalmente reconhecidas como campos de conhecimento. Atualmente, o Brasil tem cerca de 50 cursos superiores em Dança, dos quais 70% são licenciaturas.

Participação da comunidade acadêmica 
Esta é a primeira vez que a UFMG sedia o maior congresso nacional de artistas-pesquisadores de dança. Vários espaços da EBA e da Universidade serão utilizados para acolher as atividades. A professora Graziela Andrade, do curso de Dança da UFMG e integrante da atual gestão da Anda, destaca os esforços da organização: “Para nós, o evento começou há oito meses, quando começamos a nos organizar. Tem sido um trabalho hercúleo de gente séria e dedicada que acredita muito no que faz e que deseja e trabalha para que o campo da Dança seja conhecido e reconhecido em suas especificidades e potências dentro e fora da universidade. O saber do corpo em movimento é ancestral, e temos muito a contribuir com a sociedade e com outras áreas de pesquisa", assevera a professora.

Além de professores e servidores técnico-administrativos, cerca de 50 estudantes estão envolvidos na organização e produção do evento. A professora Gabriela Christófaro, chefe do Departamento de Artes Cênicas, explica a importância do evento para a EBA: “Receber o evento em nossa Unidade traz oportunidades de aprendizagem e trocas além do entendimento do que é preciso mover para a produção e o acontecimento de um encontro desse porte”.

As informações sobre o evento são atualizadas nas redes sociais da Associação.