‘É possível construir uma vida universitária pautada nos direitos humanos’, diz Marlise Matos
Professora do Departamento de Ciência Política ministrou, nesta segunda, aula inaugural para os novos estudantes da UFMG
![Foto: Foca Lisboa / UFMG Sandra Goulart: múltiplas oportunidades](https://ufmg.br/thumbor/zpCWzF0ZFgtVAPkP57UiCAp7lgw=/0x0:1965x3010/352x540/https://ufmg.br/storage/a/3/c/7/a3c7ba7adf217277811b6f4ecd242d78_15831694135801_1285399444.jpg)
Na manhã desta segunda-feira, 2, foi realizada a cerimônia de recepção aos estudantes que ingressam na UFMG no primeiro semestre letivo de 2020. No Centro de Atividades Didáticas de Ciências Naturais (CAD 1), a reitora Sandra Regina Goulart Almeida saudou os calouros aprovados na primeira edição anual do Sisu 2020 e do Vestibular de Habilidades. "Vocês começam agora uma nova vida, que será repleta de experiências e desafios. Convido todos vocês a viver a UFMG e as múltiplas oportunidades que a Universidade oferece para além das salas de aula", conclamou a reitora.
![Foto: Foca Lisboa / UFMG Marlise Matos:](https://ufmg.br/thumbor/nOaV1yhQJqr-cF20x3SDIjU8cZU=/0x0:1965x3010/352x540/https://ufmg.br/storage/d/4/0/7/d407d008073d5c92b0aae66e8fbe8213_15831695528182_1358503941.jpg)
Em seguida, os estudantes assistiram à aula magna proferida pela professora Marlise Matos, do Departamento de Ciência Política (DCP) da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). “É possível construir a vida universitária pautada, fundamentalmente, em uma agenda de direitos humanos”, introduziu Marlise Matos.
A cientista política destacou que as instituições de ensino desempenham importante tarefa na sociedade como espaços de disseminação de valores sociais e formação de sujeitos críticos e reflexivos. “O convite que faço é para que busquemos superar preconceitos, opressões e violências, já que a universidade continua, em alguma medida, por ação ou por omissão, reforçando desigualdades, como a divisão sexual e racial do conhecimento.”
Marlise reforçou que a primazia dos direitos humanos, especialmente numa sociedade violenta e desigual, deve constituir o próprio sentido da universidade. “Qual é nossa razão de ser? Quais os objetivos das nossas produções científicas? A quem estamos servindo? Que modelo de ciência deixaremos para as novas gerações?”, provocou.
O diálogo entre a ciência formal e os saberes não acadêmicos também foi destacado por Marlise Matos. “A UFMG tem sua excelência consolidada porque reconhece, por exemplo, os saberes tradicionais dos povos indígenas e quilombolas, que são tão importantes quanto os acadêmicos”, argumentou a professora, enfatizando que a universidade encampa atualmente um “movimento de resistência, motivado pela onda ultraliberal que tem tentado homogeneizar o que é diverso, plural e livre”.
![Foca Lisboa / UFMG Calouros lotaram o auditório nobre do CAD 1 para acompanhar a aula magna da professora Marlise Matos](https://ufmg.br/thumbor/-cXTMEb3x6Usk4QZUeuiibu76G8=/0x0:3000x1644/3000x1644/https://ufmg.br/storage/e/d/2/9/ed299c22d31aa631e9975cb32d9a63a9_15831740066145_1851838332.jpg)
A TV UFMG também acompanhou a recepção no CAD 1:
'Welcome'
Simultaneamente, na Faculdade de Ciências Econômicas, o diretor de Relações Internacionais, Aziz Tuffi Saliba, deu as boas-vindas aos estudantes de cerca de 20 países que participam da Semana de Orientação do Estudante Internacional da UFMG. O professor da Faculdade de Letras (Fale) Henrique Leroy apresentou aos estudantes as oportunidades para aprender português como língua adicional.
Aziz Saliba expôs um breve histórico da UFMG e lembrou que a instituição mantém mais de 600 convênios de cooperação com cerca de 400 instituições estrangeiras. Ele também destacou o desempenho da Universidade nos rankings internacionais, como o Emerging Economies University Rankings 2020, da revista britânica Times Higher Education (THE), divulgado no mês passado. Nessa classificação, a UFMG é a única federal brasileira a ocupar o percentil 25 das instituições universitárias mais bem avaliadas no mundo.
Os estudantes também foram orientados sobre oportunidades como o programa Summer School on Brazilian Studies (SSBS), que oferece, no mês de julho, duas semanas de aulas sobre direito, economia, política e cultura brasileira.
![Foto: Raphaella Dias / UFMG bfb](https://ufmg.br/thumbor/9ml95G5O3r0wK3v_BGhlB9p1Dz8=/0x0:1965x3010/352x540/https://ufmg.br/storage/8/c/b/5/8cb53c612607a4d46aed02d76ac31dc1_15831697399426_1258532900.jpg)
Para a estudante do curso de Turismo Bernadette Strupeni, a escolha pela UFMG se justificou “pelas ótimas recomendações”. Nascida na Argentina, ela já morou na Itália e pretende estudar em Portugal após o semestre cursado na UFMG. “Estou encantada com o Brasil, porque, diferentemente do que ouvimos na Europa sobre violência e insegurança, é um país muito amável e acolhedor” afirmou.
A expectativa é compartilhada pela mexicana Juliette Sandoval, que cursará o quinto período em Medicina. “O curso na UFMG oferece muito contato com os pacientes. Para mim, que farei ginecologia e obstetrícia, isso representa uma oportunidade muito valiosa.”
Nesta terça, 3, das 14h às 16h, na arena da Praça de Serviços, os calouros estrangeiros encontrarão seus padrinhos e madrinhas, voluntários da comunidade acadêmica da UFMG. Eles ajudarão seus afilhados em rotinas acadêmico-administrativas e na adaptação cultural, participando de eventos, sugerindo programações para fins de semana, apresentando as unidades acadêmicas da UFMG, entre outras atividades.
Em outro vídeo produzido pela TV UFMG, a professora Márcia Lousada, diretora de Políticas de Apoio Acadêmico da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), fala sobre a Tenda Viver UFMG, espaço de acolhimento e orientação aos calouros montado na Praça de Serviços, no campus Pampulha.