Em edição comemorativa, ‘Domingo no campus’ atrai novo público à UFMG
A manhã de céu aberto e o clima ameno colaboraram para que o Domingo no campus, realizado hoje, 3 de setembro, recebesse cerca de mil pessoas, um de seus maiores públicos. A décima edição do evento marcou as comemorações dos 90 anos da Universidade, fundada em 7 de setembro de 1927.
A vice-reitora Sandra Goulart Almeida comemora não apenas o sucesso de público, mas também a estreia de atividades que trouxeram ao campus Pampulha um público ainda mais diversificado. A principal delas foi a Corrida 90 anos UFMG, cujas duzentas vagas se esgotaram em menos de 24 horas, disputada em ritmo intenso nas ruas e trilhas do campus. “Foi muito bom termos conseguido introduzir a corrida, atividade demandada há algum tempo”, afirmou a professora. Para ela, a corrida ajudou a atrair pessoas que não frequentam o campus. “Estava conversando com os participantes, e boa parte deles não é da Universidade. Isso é muito bom: nosso objetivo é sempre reunir mais a comunidade externa. Temos que continuar com esse tipo de atividade”, defendeu Sandra Goulart Almeida.
A TV UFMG acompanhou a corrida pelas trilhas do campus Pampulha. Assista ao vídeo:
Universidade aberta
Com efeito, o campus Pampulha foi tomado neste domingo por pessoas que não integram cotidianamente a comunidade acadêmica. A começar pelos donos dos melhores tempos masculino e feminino da competição, Rodrigo da Silva Neves, de 20 anos [foto ao lado], campeão geral com o tempo de 20 minutos e 40 segundos, e Silvania Maria Gonçalves [foto abaixo], de 30 anos, que terminou o percurso em 24 minutos e 45 segundos – o melhor tempo geral entre as mulheres.
“Eu sou da ‘elite amadora’: quando não vem a elite, a gente ganha”, brinca Silvania. “Muita gente vem para participar, mas eu corro para competir, para ganhar mesmo. Mas corrida, a gente nunca sabe. Já ganhei corrida que eu não esperava, já perdi sem esperar”, contou.
A atleta elogiou a iniciativa. “Aqui dentro, há mais segurança para correr; não precisamos ficar disputando com os carros, na rua”, disse. “E é muito mais prazeroso. Correr no meio do mato, das árvores... é outro nível”, elogiou.
A particularidades do trajeto também agradaram ao vencedor geral da competição. “Foi um percurso com morros, bastante arborizado. Foi gostoso correr aqui. E fiquei maravilhado com o lugar", disse Rodrigo, que já conhecia o campus Pampulha de uma visita escolar ao Museu de Ciências Morfológicas.
O atleta se dedica às corridas há nove anos e vem participando regularmente de competições, mas afirma que nunca vai a uma prova pensando exatamente em ganhar: “Vencer é consequência, mas, claro, eu treino bastante. O que faço é pedir a Deus para me livrar de qualquer contusão”. Rodrigo planeja construir uma trajetória no atletismo. “Pretendo, sim, investir nessa carreira. Quem sabe eu me torno um corredor profissional?", sonha.
A competição foi coordenada por Márcio Prudêncio (na foto acima) e Reginaldo Gonçalves, professores da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da (EEFFTO) e técnicos de atletismo do Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG. Para Prudêncio, a atividade foi um grande sucesso. “A corrida chama a atenção para o papel da universidade de também promover formação esportiva”, disse.
Reginaldo Gonçalves destacou a vocação natural do campus Pampulha para esse tipo de evento. “Do ponto de vista da atividade física, o espaço da Universidade é extremamente interessante. No futuro, quem sabe, poderemos fazer um evento com percurso mais longo, trazer mais pessoas para dentro do campus, uma corrida para cerca de duas mil pessoas”, imagina.
O evento também contou com brincadeiras tradicionais e cantigas de roda, aulas de bicicleta e práticas esportivo-recreativas as mais variadas, como futebol, peteca, slackline, dança e pintura. Outra novidade da edição foi a oficina de skate, em que os interessados tiveram equipamentos à disposição para aprender os primeiros movimentos do esporte radical com monitores.
No calendário
Para a pró-reitora de Extensão, Benigna Maria de Oliveira [foto ao lado], o Domingo no campus está consolidado no calendário da UFMG. “Esta é a décima edição desde que o evento foi retomado. Ao longo do tempo, fomos aprendendo como organizá-lo. Trabalhamos com a ideia de três ou quatro eventos no ano, mas, agora que já adquirimos experiência, talvez se possa pensar em mais edições anuais", sugeriu.
Outra novidade foi a oficina de pipas, ministrada pelo jornalista Marcílio Lana, diretor do Centro de Comunicação da UFMG, e pelo publicitário Felipe Assumpção, da Rádio UFMG Educativa. “Eu fiquei impressionado e surpreso com a quantidade de pessoas que quiseram participar. Nunca fiz tanta pipa na vida!”, comemorou Assumpção.
Dezenas de pipas saíram da oficina e chegaram aos céus do campus Pampulha. Ana Carolina Menezes, de 13 anos (na foto ao lado), foi uma das crianças que participaram da atividade. Empolgada, ela contou que veio ao campus acompanhada do irmão, da tia e dos pais, que participaram da corrida. “Parece uma cidade. Tenho vontade de estudar aqui um dia”, disse a garota, que planeja cursar medicina.
Marina Mariane Santane Coelho frequenta a UFMG regularmente, mas não como aluna: ela se vale da estrutura do campus – mais especificamente, da biblioteca da Faculdade de Letras – para estudar para as provas de um concurso público. “Antes eu estudava em um lugar fechado. Aqui eu consigo aproveitar muito os espaços”, afirma.
Marina trouxe seu marido Leandro Vasconcelos Soares, servidor público, e a filha Laura, de quase três anos, ao Domingo no campus para “desfrutar da Universidade de uma outra maneira”. É a primeira vez que participa do evento. “A Laura fica em casa, me esperando a semana toda, enquanto trabalho. Queria trazê-la aqui para ter uma experiência diferente da Universidade", revelou.
Ex-aluna da UFMG, egressa da turma de Farmácia de 1996, Elvira de Oliveira (de preto, na foto abaixo) trouxe a família para curtir o domingo na Universidade também com o intuito de aproximar os filhos do lugar onde estudou. Ela afirma que adora o campus e que, mesmo fora há algum tempo, sente como se estivesse na época de sua graduação: “Quando recebi o convite para vir à UFMG em um domingo, eu achei superinteressante. A Universidade fazendo 90 anos... de certa forma, sinto que também faço parte dessa história”.