Jean de La Fontaine, um dos grandes autores de fábulas, completa 400 anos
Escritor francês é considerado o pai da fábula moderna
Muito presente na literatura infantil e nos contextos de letramento, a fábula é um gênero narrativo em que histórias curtas são contadas em prosa ou em versos. Essas histórias são protagonizadas, normalmente, por animais que apresentam características humanas e, ao final delas, há uma lição: a moral da história.
O gênero passou por transformações ao longo do tempo e tem no escritor francês Jean de La Fontaine um grande representante de sua expressão moderna. O poeta estudou teologia e direito, mas a sua verdadeira paixão estava na literatura. Escreveu o romance Os amores de psique e cupido, aproximou-se dos escritores Molière e Racine e publicou, em 1668, o seu primeiro livro de fábulas. Fábulas Escolhidas é uma coletânea de 124 fábulas, divididas em seis partes.
Nesta quinta-feira, 8 de julho, celebram-se os 400 anos de nascimento de Jean de La Fontaine. Por isso, o programa Universo Literário recebeu Marcelo Brugger, doutorando em Literaturas Clássicas e Medievais na UFMG. Durante a conversa com a apresentadora Michelle Bruck, o pesquisador diferenciou as fábulas clássicas das fábulas modernas, as brasileiras das europeias e ressaltou os aspectos filosóficos e políticos desses textos. Brugger também falou sobre a importância de La Fontaine para o gênero e indicou títulos do autor.
“A fábula clássica, que é o modelo do La Fontaine, tem uma relação muito forte com a política. E o La Fontaine, apesar de ser o pai da fábula moderna, que tem uma característica mais infantilizada, ainda carrega muito o teor político. Ele escreveu as fábulas para o filho do rei Luiz XIV, dando conselhos para esse príncipe não ser tão déspota quanto o pai. É um texto político”, afirmou.
Produção: Carlos Ortega e Marden Ferreira, sob orientação de Luíza Glória
Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Hugo Rafael