Espaço do Conhecimento UFMG traz nova exposição “Feito de folhas e penas”
A exposição apresenta saberes ancestrais indígenas da artista Glicéria Tupinambá e da mestra Japira Pataxó, recém titulada pela UFMG como doutora por Notório Saber.
O Espaço do Conhecimento UFMG recebe nova exposição intitulada “Feito de folhas e penas: Saberes dos matos Pataxó & Assojaba Tupinambá”, com Glicéria Tupinambá e Japira Pataxó. As artistas e pesquisadoras indígenas compartilham com o público saberes tradicionais de seus povos e, em entrevista à TV UFMG, explicam seus processos criativos.
Glicéria apresenta o manto Tupinambá, símbolo de resistência e revitalização para os pajés e majés de seu povo. Confeccionado em 2020, durante a pandemia, o manto possui penas de aves nativas da Bahia, onde está situada a aldeia da artista. O processo de produção, feito a partir de uma base de algodão, reúne saberes ancestrais e teve participação de toda a comunidade, das crianças aos anciões. Glicéria entende o manto como uma entidade, "ele é o nosso próprio Deus na terra, e ele ‘emanta’ as pessoas, ele ‘emanta’ o pajé que vai fazer a cura".
A exposição também reúne desenhos da mestra Japira Pataxó,reconhecida pela UFMG com o título acadêmico de doutora por notório saber pelo seu trabalho de manejo e catalogação de plantas existentes no extremo sul da Bahia. A mestra reconhece o poder de cura das plantas e dos seres, humanos, não humanos e extra humanos, e os expressa por meio dos desenhos. Augustin de Tugny, um dos curadores da exposição, ressalta a potência artística dos trabalhos da mestra. “Os desenhos de dona Japira apresentam as folhas, o mato, e tem uma força também de cura. [...] tem aqui muitas entidades da Mata Atlântica", diz
“Feito de folhas e penas” estará aberta ao público até 04 de dezembro, de terça a domingo, das 10h às 17h (sábado das 10h às 21h).
Ficha técnica: Olívia Resende e Beatriz Abrahão (produção); Lucas Tunes e Kayke Quadros (imagens); Marcelo Duarte (edição de imagens); Olívia Resende (edição de conteúdo).