Belo Horizonte tem um cão para cada oito habitantes e um gato para cada 25 habitantes. Os índices foram levantados em pesquisa realizada no Departamento de Ciência Animal da Escola de Veterinária da UFMG, com base em dados de 2018. 

O objetivo da tese de doutorado, defendida no ano passado, foi analisar o impacto da castração em massa desses animais no controle da transmissão de zoonoses, como raiva e leishmaniose, para os humanos. O estudo mostra tendência de aumento das castrações cirúrgicas. Por outro lado, conclui que a esterilização, como estratégia única, não é suficiente para diminuir doenças transmitidas por cães e gatos.

A pesquisa foi feita em parceria com as gerências regionais de zoonoses da capital e considerou tanto a população de cães e gatos que vive nas ruas quanto a domiciliada, ou seja, que está sob a guarda de tutores. 

Algumas diferenças foram observadas entre as regionais administrativas. A regional Norte foi a que apresentou maior demanda de recolhimento de animais, seguida de Venda Nova. A menor demanda de recolhimento foi registrada na regional Oeste. Um dos resultados do trabalho que mais chama a atenção é a constatação de que regiões com piores índices socioeconômicos no município têm menos acesso ao serviço público de castração. 

“Existem outras estratégias para que esse tipo de problema seja solucionado, como as unidades de esterilização móvel, que chamamos de 'castramóvel'. Elas vão até a área de abrangência, fazem o planejamento naquela região para atender à maior quantidade de pessoas e oferecem o serviço de esterilização desses animais”, afirma o autor do estudo, José Honorato Begalli.

Ouça o novo episódio do Aqui tem ciência, da Rádio UFMG Educativa:

Raio-X da pesquisa

Tese: Manejo populacional de cães e gatos: análise do controle reprodutivo em Belo Horizonte (MG)
O que é: Análise da estratégia de controle reprodutivo em massa de cães e gatos domésticos, com o objetivo de reduzir a incidência de zoonoses.
Pesquisador: José Honorato Begalli
Programa de Pós-graduação: Ciência Animal
Orientadora: Danielle Ferreira de Magalhães Soares
Ano da defesa: 2020

O episódio 75 do programa Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Alessandra Ribeiro. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues.

O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da emissora apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa da Universidade.

O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast como o Spotify e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.