Estudo da UFMG indica níveis mais baixos de solidão na pandemia em pessoas com mais de 50 anos
Apesar de cenário aparentemente otimista, as taxas se mostram mais baixas apenas no caso de idosos que se sentem pouco solitários
Um recente estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da UFMG mostra que o número de brasileiros com 50 anos ou mais em solidão na pandemia foi menor que antes dela. Além de encontrarem uma taxa maior de relatos gerais de solidão no período pré-pandêmico, o estudo também relaciona o sentimento com a desconexão, seja essa relacionada à falta de contato presencial ou virtual. Apesar do cenário otimista, as taxas se mostram mais baixas apenas no caso de idosos que se sentem pouco solitários, enquanto a proporção de pessoas que se sentiam sozinhas sempre antes da pandemia ainda continua semelhante durante esse período. Ainda de acordo com o estudo, para as pessoas com os maiores níveis de solidão, apenas os contatos sociais do tipo digital podem não ser suficientes para afastar o sentimento percebido de isolamento.
O programa Conexões desta segunda-feira, 2, abordou o estudo em entrevista com a professora Juliana Torres, da Faculdade de Medicina, principal autora da pesquisa. Durante a conversa com a jornalista Luíza Glória, a professora apresentou parte dos resultados da pesquisa e falou sobre o quão significativa é a redução dessa taxa e a relação desse dado com a conectividade que o isolamento impôs à população.
“O principal motivo [do sentimento de solidão] é que os idosos ficam mais confinados no domicílio e têm menos atividades fora de casa, tanto de lazer como sociais, e isso reflete numa piora da saúde mental. Além disso, essas pessoas têm mais perdas, de amigos e irmãos, o que torna esse quadro uma epidemia mundial”, explicou.
Produção: Laura Portugal, sob orientação de Luíza Glória
Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Hugo Rafael