Exposição exibe resultados do projeto Hãmhi Terra Viva, de restauração de áreas degradadas
Mostra está aberta no Espaço do Conhecimento até 10 de agosto; visitação é gratuita e livre para todos os públicos

Chegou ao Espaço do Conhecimento UFMG a Exposição Hãmhitupmã: alegrar a terra. Com entrada livre e gratuita até o dia 10 de agosto, a mostra apresenta resultados do projeto Hãmhi Terra Viva, realizado com o povo Tikmũ’ũn-Maxakali. Fruto do encontro entre saberes ancestrais e práticas da agroecologia, a iniciativa já promoveu a restauração de 156 hectares de áreas degradadas e a implantação de 60 hectares de quintais agroflorestais.
Por meio de fotografias, cantos tradicionais dos espíritos yãmĩyxop e textos que contextualizam as ações realizadas pelo projeto, a mostra revela uma potente experiência de reconexão com a terra, a Mata Atlântica e a vida em comum. Hãmhitupmã: alegrar a terra está instalada no hall do quinto andar do Espaço. O museu funciona de terça a domingo, das 10h às 17h, e aos sábados, das 10h às 21h.
Resistência
Para resistir e lutar contra os projetos de devastação de seus territórios, os Tikmũ’ũn-Maxakali mantêm fortes os laços que unem sua língua, suas culturas e seus saberes sobre a Mata Atlântica. Anteriormente exibida no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a mostra visa fortalecer reflexões sobre a recuperação de terras indígenas e convida o público a mergulhar nos sonhos de preservação ambiental que conectam gerações.
Na língua dos Tikmũ’ũn-Maxakali, a palavra hi se refere a tudo que vive ou se movimenta: uma pessoa, um bicho, uma árvore ou mesmo as imagens da TV. A palavra alegria, por sua vez, é hitup: 'vivo de novo'. Quando uma pessoa se recupera de uma doença, diz-se que ela 'se alegrou', isto é, que está viva novamente.
"Hãmhitupmã: alegrar a terra é um convite a curar uma terra adoecida pela devastação que já se arrasta há mais de dois séculos nos territórios desses povos", diz o texto de divulgação.
O Espaço do Conhecimento UFMG fica na Praça da Liberdade, 700.

Projeto Hãmhi Terra Viva
O projeto é realizado pelo Instituto Opaoká e viabilizado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com apoio do Núcleo Semente, em parceria com o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, do Patrimônio Cultural e da Habitação e Urbanismo (Caoma) e com o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Apoio Comunitário, Inclusão e Mobilização Sociais (Cao-Cimos).
Iniciado em junho de 2023, tem como eixo principal a formação de 30 agentes agroflorestais e 16 viveiristas Tikmũ’ũn-Maxakali para a restauração ambiental e a produção de alimentos, aliando conhecimentos tradicionais aos princípios da agroecologia. O Hãmhi semeia alternativas para as juventudes Tikmũ’ũn-Maxakali e do campo, gerando renda nos territórios e as engajando na principal tarefa do século: enfrentar a crise climática.