Financiamento de tecnologia do setor farmacêutico precisa de modelos alternativos
Tese que propõe discussão sobre a dificuldade de acesso a medicamentos em escala global é tema do novo episódio do ‘Aqui tem Ciência’, da Rádio UFMG Educativa
Apesar de ser um direito, que deveria estar acima da lógica do mercado, o acesso da população a medicamentos e outros produtos farmacêuticos é desigual ao redor do mundo. Com a pandemia da covid-19, o problema ficou ainda mais evidente no processo de distribuição das vacinas ‒ países ricos foram beneficiados pela vantagem financeira e tecnológica em relação às nações mais pobres.
A questão é discutida na tese de doutorado defendida pela pesquisadora Luiza Pinheiro no Programa de Pós-graduação em Inovação Tecnológica e Biofarmacêutica da Faculdade de Farmácia da UFMG. A autora lembra que os países desenvolvidos detêm o monopólio da tecnologia e do capital necessários para a elaboração de novos produtos. Assim, doenças ocasionadas por falta de saneamento básico ou por más condições sanitárias, típicas de países pobres, não têm muitas opções de tratamento.
Um dos modelos alternativos mencionados na pesquisa é o C-TAP, espécie de rede criada pela Organização Mundial da Saúde com o objetivo de facilitar o acesso igualitário aos produtos de saúde contra a covid-19, de modo a aumentar sua oferta.
Para a pesquisadora, uma das contribuições da tese é apresentar uma perspectiva a partir da realidade de um país emergente para uma discussão que, geralmente, se restringe às grandes potências mundiais.
Ouça o programa:
Raio-x da pesquisa
Título: Modelos alternativos de financiamento ao desenvolvimento de produtos no setor farmacêutico
O que é: Tese de doutorado que propõe a busca de soluções de financiamento para o sistema setorial de inovação farmacêutica, considerando o problema do acesso a medicamentos
Pesquisadora: Luiza Pinheiro Alves da Silva
Orientadora: Márcia Siqueira Rapini
Programa de pós-graduação: Inovação Tecnológica e Biofarmacêutica
Ano de Defesa: 2021
O episódio 123 do programa Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Luisa Marques, edição de Alessandra Ribeiro e trabalhos técnicos de Cláudio Zazá.
O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos realizados na UFMG e busca abranger todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa desenvolvido na Universidade.
O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast, como o Spotify, e vai ao ar na frequência 104,5 FM e na página da emissora, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.