Impactos do frio para a população em situação de rua
Professor da UFMG discute o cenário de diversas capitais brasileiras no programa Conexões
O frio chegou com tudo essa semana. Não só em Belo Horizonte e região metropolitana, mas em várias cidades do país. De acordo com o Inmet, Instituto Nacional de Meteorologia, a capital mineira registrou temperatura de 4,4 graus Celsius na manhã desta quinta-feira, com sensação térmica de 8 graus negativos, configurando o dia mais frio para o mês de maio nos últimos 43 anos. E se quem tem casa, agasalho e cobertores sentiu, imagine a população em situação de rua. Segundo o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a população em situação de rua, plataforma de direitos humanos do Programa Polos de Cidadania da UFMG, em dezembro de 2021, havia quase 160 mil pessoas nesse grupo registradas no CadÚnico em todo o Brasil - e olha que o Observatório estima uma subnotificação de 45 a 50% nesse número. A plataforma contabiliza quase 19 mil pessoas em Minas Gerais, mais de 8 mil e quinhentas delas em Belo Horizonte. Em São Paulo, na madrugada de ontem, infelizmente, um homem de 66 anos morreu pouco tempo depois de chegar a um abrigo, com sinais de hipotermia, segundo testemunhas. Mesmo com o frio intenso previsto com antecedência, as medidas do poder público para proteger esse grupo costumam ser emergenciais. O Conselho Nacional dos Direitos Humanos emitiu, na última semana, uma série de recomendações aos governos estaduais e municipais das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte que incluem ações como a ampliação de abordagens sociais e vagas para acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade. Além de ter um olhar mais sensível para a população em situação de rua neste período de baixas temperaturas, é fundamental o debate da garantia de direitos para esse grupo ao longo de todo o ano, de modo que possa ser efetivado o acesso a direitos básicos, como moradia, saúde e trabalho. Para discutir esse tema, o programa Conexões conversou com o coordenador do programa Polos de Cidadania, da Faculdade de Direito da UFMG, professor André Luiz Freitas.
Ouça a conversa com a apresentadora Luiza Glória.
Diante desse cenário, instituições e a sociedade civil desenvolvem iniciativas para amenizar o quadro. Uma delas é a campanha de doação promovida pela empresa júnior de comunicação, a Cria UFMG, que até o dia 4 de julho, vai coletar agasalhos novos e usados de segunda a sexta, da uma da tarde às seis da noite, na sala 14, no terceiro andar da Fafich, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. O prédio fica no campus Pampulha, na Avenida Antônio Carlos, 6627.
Para conhecer melhor o trabalho do programa Polos de Cidadania, é só acessar o site e o Instagram @polosdecidadania.