Pessoas

Morre Geraldo Magnani, dono do registro número 1 no Conselho Regional de Psicologia

Missa em memória do professor, que atuou na Fafich e na FaE, será realizada neste sábado, na Igreja do Carmo, em Belo Horizonte

bvwfbg
Geraldo Magnani atuou por mais de 60 anos como professor e psicoterapeutaFoto: arquivo da família

Será celebrada neste sábado, dia 28, às 19h, na Igreja Nossa Senhora do Carmo (na rua Grão Mogol, 502) a missa de sétimo dia em homenagem ao professor Geraldo Magnani, que morreu no último domingo, dia 22, aos 86 anos. Magnani foi o primeiro profissional inscrito no Conselho de Regional de Psicologia (CRP-MG) e atuou por mais de 60 anos como professor e psicoterapeuta. Ele foi vítima de um acidente isquêmico transitório (AIT, ou mini-AVC) e deixou esposa, um filho biológico, um neto e três enteados.  Após sua aposentadoria como professor na Faculdade de Educação (FaE) e no Departamento de Psicologia da Fafich, ele continuou trabalhando como psicoterapeuta – até a véspera da sua internação, há mais de dois meses.

O amigo e ex-aluno Mário Santiago o define como "um ser humano digno, inteligente, fraterno e extremamente generoso". "Conversar com ele, às mesas dos almoços em sua residência, era sempre motivo de enorme alegria e prazer. Sua amizade e experiência como ex-professor e profissional de psicologia nos cativava, entusiasmava e estreitava os laços de amizade e afeição", declarou. A dedicação aos pacientes, como relatou o amigo, foi aspecto marcante da atuação de Geraldo Magnani. "Parte muito significativa do seu trabalho como psicólogo foi realizada pro bono, para aqueles que não tinham recursos para custear o tratamento", testemunhou.

Pioneiro
Em agosto de 2020, Geraldo Magnani foi homenageado pelo CRP-MG em virtude de ter sido o primeiro profissional inscrito no Conselho. Na ocasião, o professor foi entrevistado pelo jornal Estado de Minas: "Minha história foi muito ligada à construção da psicologia como profissão. Antes de me formar, eu já me preocupava com a necessidade de criarmos os conselhos de psicologia. Recebi o número 1 do Conselho porque eu o instalei. O que me levou à psicologia foram justamente os meus problemas, fiz 18 anos de psicanálise e outras terapias. O psicólogo não pode ficar apenas com a teoria da escola, ele precisa passar pelo crivo da profissão, e fui bem-sucedido nisso – é um trabalho que a gente leva para a vida inteira, mas é um trabalho muito gratificante, que te permite crescer, crescer e crescer, sem limites", declarou.