Ensino

Nepem promove semana para pensar feminismos em suas diversas formas de atuação e resistência

Evento, que marca as comemorações dos 41 anos do Núcleo, reunirá nomes como a ministra Macaé Evaristo, a filósofa Márcia Tiburi e a ex-parlamentar Manuela Dávila

Atividades reiteram importância da luta feminina nos espaços políticos, acadêmicos e culturais
Atividades reiteram importância da luta feminista nos espaços políticos, acadêmicos e culturais Foto: Marcello Casal Jr. | Agência Brasil

O Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem) promove, nos dias 26 e 27 de junho (quinta e sexta-feira), das 8h30 às 18h, a primeira edição da Semana Feminista da Fafich, um espaço de encontro, formação e mobilização para pensar os feminismos em suas diversas formas de atuação e resistência. Temas como política, cidade e violências perpassam a programação do evento, que marca os 41 anos de fundação do Nepem, que se dedica ao ensino, à pesquisa e ao direito da mulher em perspectiva interseccional. 

De acordo com a coordenadora do Núcleo e professora do Departamento de Ciência Política, Marlise Matos, a iniciativa tem o intuito de articular as lutas feministas acadêmicas e da cidade de Belo Horizonte, além de lançar um manifesto coletivo. Importantes vozes do feminismo nacional se reunirão em duas conferências magnas e oito mesas temáticas, organizadas com base na urgência das pautas e no potencial de reflexão. Entre os destaques estão o Pré-encontro do Mel, engajamento comunitário que articula o Movimento Mulheres em Lutas (Mel) na capital mineira e o Quem cuida de quem cuida?, que debate o trabalho invisível das mulheres nos cuidados com a casa, a vida privada e o espaço doméstico.

O evento também reúne representantes governamentais atuantes em políticas públicas para mulheres, como as deputadas estaduais Bella Gonçalves (PSOL) e Leninha (PT), as vereadoras Luiza Dulci (PT), Iza Lourença e Cida Falabella (ambas do PSOL) e a promotora de justiça do Ministério Público de Minas Gerais, Ana Salles. Elas vão falar sobre cultura, produção acadêmica e violências nas esferas pública e privada.

A mesa de encerramento está agendada para sexta-feira, às 18h, no auditório da Reitoria. Reflexões sobre Feminismos, antirracismo e direitos humanos serão feitas pela ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, pela filósofa Márcia Tiburi, pela ex-deputada federal Manuela d'Ávila e pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida. 

A semana também promoverá debates, oficinas e intervenções artísticas que abordam as relações entre política, corpo e cidade, conectando experiências dentro e fora da universidade. Para participar, é necessário se inscrever em formulário eletrônico. A programação completa e atualizações do evento podem ser consultadas no perfil do Nepem no Instagram.

Macaé Evaristo: recém-nomeada, ministra dos Direitos Humanos abre o Novembro Negro
Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos, encerra conferência sobre feminismo, antirracismo e direitos humanosFoto: acervo pessoal

Lideranças femininas de Minas Gerais
Como atividade integrada à Semana Feminista, a Faculdade de Direito sediará no sábado, 28 de junho, o terceiro Fórum de Mulheres Lideranças de Minas Gerais, que reúne representantes de organizações e entidades de defesa dos direitos das mulheres do estado, visando fortalecer as diversas frentes de luta. As inscrições, exclusivamente de caráter institucional, podem ser feitas por meio de formulário específico.

A programação inclui performances, debates, diálogos em defesa das lutas antifascistas com foco na formação e mobilização de organizações feministas e antirracistas, com início às 8h30. A professora Marlise Matos e a vereadora Iza Lourença conduzem, a partir das 9h30, uma conversa sobre o tema Como ser antifascista? Como nos multiplicarmos em defesa da democracia? Na sequência, haverá debates dos grupos de trabalho de mulheres que lideram organizações dedicadas à elaboração do manifesto, que será consolidado na plenária final, às 11h30.

No encerramento da programação, às 14h, as lideranças participarão de visita guiada à ocupação do Memorial dos Direitos Humanos, no prédio do antigo Dops e no Doi-Codi, situado na avenida Afonso Pena. Desde abril de 2025, o prédio está ocupado por movimentos sociais e de luta por memória, verdade e justiça, em repúdio aos 61 anos do golpe militar.