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Programa da Rádio UFMG Educativa 'abre a caixa preta' do cálculo das tarifas de ônibus

'Outra estação' também discute experiências alternativas como a tarifa zero

Prefeito de BH, Alexandre Kalil, garantiu que passagens de ônibus não serão reajustadas em 2020
O prefeito de BH, Alexandre Kalil, garantiu que passagens de ônibus não serão reajustadas em 2020 Rodrigo Clemente I PBH

Entra ano, sai ano, o reajuste das passagens de ônibus é motivo de impasse judicial em Belo Horizonte e em outras cidades país afora. Na capital mineira, o prefeito Alexandre Kalil garantiu que neste ano não haverá aumento da tarifa. 

A passagem este ano é R$ 4,50. Seja na Justiça, seja no diálogo ou seja no porrete…

Fonte: Twitter @alexandrekalil

Mas a decisão do prefeito não agradou às empresas de transporte coletivo da capital que tentam obter o reajuste do bilhete na justiça. Representadas pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), elas chegaram a obter uma liminar favorável ao aumento da tarifa. A Prefeitura de BH recorreu e, pelo menos por enquanto, ganhou. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais suspendeu o reajuste de 25 centavos reivindicado pelas empresas. Ainda cabe recurso da decisão.

O complicado cálculo das tarifas de ônibus é o tema do Outra estação desta semana. O programa ouviu especialistas e movimentos sociais para entender os fatores determinantes no preço da passagem e como algumas cidades no Brasil e no mundo conseguem praticar a chamada tarifa zero, ou seja, a gratuidade do transporte coletivo. 

Por que o preço da passagem aumenta?
No começo da década de 2010, andar de ônibus convencional em BH custava apenas R$ 2,30. De lá para cá foram 11 reajustes até chegar ao valor atual de R$ 4,50. Mas por que esses reajustes ocorrem praticamente todo ano? Para entender essa questão, o programa ouviu o professor da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG, Roberto Andrés, o movimento social Nossa BH, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) e o Movimento Tarifa Zero.

Ouça o bloco 1 do programa

Tarifa zero é possível?

Em Sâo Paulo, a Prefeitura subsidia parte da passagem de ônibus. Mesmo assim, reajustes são constantes.
Em Sâo Paulo, a Prefeitura subsidia parte da passagem de ônibus. Ainda assim, reajustes são constantesPrefeitura de São Paulo

O segundo bloco do programa discute subsídios governamentais ao transporte público e a experiência de cidades que praticam a gratuidade do transporte coletivo. Esse bloco do programa conta a experiência da cidade mineira de Monte Carmelo, na região do Alto Paranaíba, primeiro município do país que adotou a tarifa zero de ônibus.

Fora do Brasil também há cidades ou mesmo países inteiros que subsidiam, total ou parcialmente, o transporte coletivo. Quem fala sobre isso é o pesquisador do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) Carlos Henrique Carvalho, autor de estudo sobre o tema. Ele também avalia se algum desses modelos é replicável no Brasil.

Ouça o bloco 2 do programa

Para saber mais

Resumo executivo do estudo Financiamento extratarifário da operação dos Serviços de Transporte Público Urbano no Brasil desenvolvido pelo Inesc
Decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais sobre o reajuste da passagem de ônibus em Belo Horizonte
Página do Nossa BH com diversos estudos sobre mobilidade urbana em BH
Página do Movimento Tarifa Zero. Site conta com o Tarifômetro, que monitora em tempo real o valor pago por usuários em passagens de ônibus em BH desde 2018
Página do Movimento Passe Livre com carta de princípios do movimento
Página da BHTrans com informações sobre as linhas de ônibus de BH e as tarifas praticadas

Produção
O episódio 24 do Outra estação foi apresentado por Larissa Reis, com produção de Camila Meira, Breno Benevides e Larissa Reis, edição de Tiago de Holanda e Artur Bugre, coordenação de jornalismo de Paula Alkmim e trabalhos técnicos de Breno Rodrigues.

O programa aborda, semanalmente, um tema de interesse social. Na Rádio UFMG Educativa (frequência 104,5 FM), ele vai ao ar às quintas-feiras, às 18h, com reprise às sextas, às 7h30. O programa também está disponível nos aplicativos de podcast.