Levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que o consumo de álcool per capita no Brasil aumentou 43,5% nos últimos 10 anos, dado que, por si só, comprova a presença cada vez mais determinante da droga no cotidiano da população. Nesta quinta-feira, 21, uma atividade no ICB vai demonstrar os efeitos da substância sobre a atividade cerebral.  

Na palestra O seu cérebro depois do álcool: efeito do etanol em neurônios e sinapses dos núcleos base, a farmacologista Karina Abrahão, do Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo dos Estados Unidos,  discorrerá sobre os processos biológicos desencadeados pela presença do álcool no cérebro, já que a substância afeta todas as partes do sistema nervoso. O consumo abusivo da substância exerce efeito inibitório em determinados neurônios, causando perda de memória e de coordenação motora, desinibição comportamental, além de poder provocar dependência. 

Karina estuda os efeitos da exposição ao etanol na atividade de neurônios e transmissão sináptica por meio de técnicas de eletrofisiologia, camundongos transgênicos, quimio e optogenética, fotometria e comportamento operante.

'Sequestro' de neurônios

Segundo o professor Fabrício Moreira, coordenador do Programa de Pós-graduação em Neurociências e organizador do evento, há um imenso interesse da biologia em estudar as implicações neurológicas associadas ao consumo da substância. "O álcool ‘sequestra’ os neurônios da pessoa, e ela começa a viver sob o efeito da droga, o que pode gerar o transtorno do uso de álcool”.  

A palestra, gratuita e ministrada em português, começa às 10h30, na sala A4 – 175, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). Não haverá emissão de certificados. A promoção é dos programas de pós-graduação em Neurociências e em Fisiologia e Farmacologia.