Pesquisadores da UFMG publicam nota técnica sobre desmatamento e impunidade de crimes ambientais
Documento ‘Dicotomia da impunidade do desmatamento ilegal’ foi publicado pelo Centro de Sensoriamento Remoto e pelo Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais
De acordo com o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), 2020 foi o pior ano de desmatamento na Amazônia Legal desde 2015. O número de multas registradas no mesmo período, entretanto, sofreu uma redução de 40%. As causas e desdobramentos desse cenário podem ser encontradas na nota técnica Dicotomia da impunidade do desmatamento ilegal, assinada por pesquisadores do Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) e do Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais (Lagesa), ambos da UFMG. O documento, que busca dar informações capazes de subsidiar a elaboração de políticas públicas, analisa as políticas e ações desenvolvidas durante anos e alerta para o desmonte atual dos órgãos de fiscalização, além da crescente impunidade dos autores de crimes ambientais no país.
Nesta quarta-feira, 14, o programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, tratou sobre a impunidade dos crimes ambientais, que vem aumentando no Brasil. Jair Schmitt, pesquisador do CSR e do Lagesa, um dos que assinam a nota técnica, conversou com a jornalista Luíza Glória sobre o tema. Durante a entrevista, Jair Schmitt falou sobre a responsabilidade do governo no cenário e também sobre o Novo Código Florestal.
“O desmatamento é um assunto muito importante para o Brasil e traz grandes impactos para a vida prática das pessoas, seja a mudança do clima, a escassez hídrica, o impacto sobre a biodiversidade. A atividade de fiscalização ambiental, que é o instrumento que o estado dispõe, é importante porque ajuda a reduzir o desmatamento ilegal, mas, à medida que essa fiscalização não ocorre satisfatoriamente, cria-se a sensação de impunidade, o que pode estimular ou facilitar o desmatamento”, explicou.
Produção: Laura Portugal, sob orientação de Luiza Glória
Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Hugo Rafael