Os professores Carlos Alberto Ávila Araújo e Rodrigo Moreno Marques, da Escola de Ciência da Informação, participam como expositores da 1ª Conferência Internacional de Integridade da Informação, que será realizada nesta quinta, 21, e sexta-feira, dia 22, no Rio de Janeiro. O evento, presencial e com inscrições esgotadas, ocorre em conjunto com o 5º Encontro do International Center for Information Ethics (ICIE) e o 1º Encontro da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD).

A Conferência busca promover o diálogo e a colaboração sobre integridade da informação, com base em olhares multidisciplinares para a ética da informação, a inteligência artificial, as humanidades digitais, o meio ambiente e a regulação das plataformas digitais para um ecossistema digital saudável. 

O evento será realizado logo após o encontro de cúpula dos países do G20, sediado nesta semana na capital fluminense. O conceito de integridade da informação surgiu em discussões da Organização das Nações Unidas (ONU) e do G20 como proposta de combate à desinformação – a tese é apoiada pelo Brasil, que liderou a cúpula pela primeira vez.

Múltiplas dimensões
Carlos Alberto Ávila antecipa que pretende abordar aspectos relacionados à desinformação e a fenômenos correlatos, como pós-verdade, fake news, negacionismo, teorias da conspiração e discurso de ódio. Sua fala também tratará da desinformação em suas variadas dimensões, como a disfunção das autoridades cognitivas, as formas contemporâneas de ideologia, a construção cotidiana por critérios de fixação de crenças e a condição de alienação dos sujeitos. Ele também vai discorrer sobre o conceito de integridade da informação, que propõe “unificar as pesquisas e ações em cada uma das dimensões da desinformação e em cada um dos fenômenos relacionados, pois, muitas vezes, eles se encontram fragmentados".

A desinformação é um problema de escala global, que se sobrepõe às nacionalidades e impacta diversos aspectos da vida humana e social: político (degradação da democracia), direitos humanos (estigmatização de grupos), saúde pública e meio ambiente (negacionismo climático). “A integridade da informação busca atuar em todas essas frentes”, afirma Ávila.

Formação cidadã
Carlos Alberto Ávila é um dos líderes do Programa UFMG de Formação Cidadã em Defesa da Democracia, que reúne iniciativas da Universidade focadas no combate à desinformação, letramento digital, análise dos processos eleitorais e fortalecimento da democracia. A iniciativa está articulada com o Programa de Combate à Desinformação do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Ávila foi um dos organizadores do livro Desinformação e contemporaneidade – democracia, ciência e vida social, lançado em agosto no âmbito do projeto da UFMG. Ele é doutor em Ciência da Informação pela ECI e tem residência pós-doutoral na Universidade do Porto (2011), em Portugal, e na Universidade de Salamanca (2019), na Espanha. Foi presidente da Associação de Educação e Pesquisa em Ciência da Informação da Iberoamérica e Caribe no período entre 2016 e 2021 e vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (Ancib) de 2016 a 2018.

O professor Rodrigo Moreno Marques coordena, na ECI, o Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação. Ele é mestre e doutor em Ciência da Informação pela UFMG, com período sanduíche na Universidade do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Realizou pós-doutorado na Universidade de Londres, no Reino Unido, e na Faculdade de Educação da UFMG. Rodrigo Marques participa do projeto Dinâmicas da informação, coordenado pelo professor Carlos Alberto Ávila, também no âmbito do Programa UFMG de Formação Cidadã em Defesa da Democracia.