Sarampo: Baixa vacinação e alta transmissibilidade faz com que doença volte a ser risco no país
Erradicada em 2016, doença retornou em 2019. Este ano já são 13 casos de sarampo no Brasil
Os casos de sarampo tiveram crescimento de quase 80% no mundo nos primeiros dois meses de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. Neste ano já foram mais de 17 mil casos, contra cerca de 9.600 em 2021. Os dados são do Unicef e da OMS, Organização Mundial de Saúde. O sarampo é uma doença altamente infecciosa transmitida por via respiratória e só pode ser prevenida com a vacinação. Não faz muito tempo, era raro ter notícia de pessoas acometidas pelo vírus. Não é pra menos: o Brasil chegou a erradicar a doença em 2016, recebendo certificado da OMS, mas o status foi perdido três anos depois. Veio a pandemia de covid-19 e acentuou a queda da vacinação.
Para tentar reverter esse cenário, desde o início de abril estamos na 8ª campanha nacional de imunização contra o sarampo para crianças de seis meses a menores de cinco anos e profissionais da saúde. A ação é realizada simultaneamente com a campanha de vacinação da influenza e se estende até 3 de junho. De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, publicado na terça, dia 26, foram confirmados, em 2022, 13 casos da doença no Brasil, doze deles no Amapá e um no estado de São Paulo. 98 seguem em investigação.
Em Minas Gerais, desde o início da campanha, apenas 11% das mais de 1 milhão e 100 mil crianças dentro do público-alvo foram vacinadas. Entre os profissionais de saúde esse índice é de 21,5%. O Dia D de Mobilização no país é no próximo sábado, 30 de abril. Nesta data, as Unidades Básicas de Saúde em todo o Brasil vão estar abertas, das 8h às 17h, para vacinação do sarampo e da influenza. Mais informações no site do Ministério da Saúde.
Para entender esse cenário de alta transmissão, baixa cobertura vacinal e os motivos que levaram o sarampo a ser considerado novamente motivo de preocupação, o programa Conexões conversou com a infectologista, professora da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e integrante do Departamento Científico de Infectologia Pediátrica da Sociedade Mineira de Pediatria, Daniela Caldas.