Semana do Servidor é aberta com relatos de experiências sobre o trabalho remoto
'A conexão foi mantida', resumiu a reitora Sandra Goulart Almeida
"A pandemia do novo coronavírus evidenciou a importância das universidades públicas, que fazem pesquisas em busca de soluções. A população se vê representada por essas instituições". Essa avaliação foi feita pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida durante a cerimônia de abertura da Semana do Servidor, realizada na manhã desta segunda-feira, dia 26. Com o tema Vida e trabalho remoto em tempos de pandemia, a Semana do Servidor está sendo transmitida pelo canal da Coordenadoria de Assuntos Comunitários no YouTube.
Em sua fala, Sandra Goulart enfatizou que a universidade tem-se desdobrado para atender às demandas da sociedade no contexto da pandemia. “Somos responsáveis pela maior parte das testagens e estudos para vacinas no estado. Também temos nos qualificado para o ensino remoto e seguimos como referência nas ações de extensão, sobretudo em benefício das comunidades mais vulneráveis”, enumerou.
Em relação à experiência do regime de home office, que foi tema do webinar de abertura da Semana do Servidor, a reitora observou que “tem sido mantida a conexão”. “A universidade é flexível e acolhedora, mas é necessária a constante avaliação do trabalho”, disse.
União
A presidente do Sindicato dos Professores de Universidades de Belo Horizonte e Montes Claros (Apubh), Maria Rosaria Barbato, salientou a importância de que todos os atores do cenário acadêmico “busquem criar empatia e desenvolver ações educativas e formativas cada vez mais humanizadas”.
O vice-presidente da Associação dos Servidores da UFMG (Assufemg), Luiz Geraldo Oliveira, reafirmou o compromisso da entidade com a mobilização dos servidores. A união da comunidade universitária foi o aspecto também destacado pela diretora do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes), Cristina del Papa. “Independentemente de diferenças profissionais, políticas e partidárias, é hora de unir nossas forças porque os institutos e os servidores públicos estão sob ameaça”, conclamou.
Reinvenção
Como observou a pró-reitora de Extensão, Cláudia Mayorga, a nova realidade, caracterizada pela impossibilidade do trabalho presencial, impactou, em especial, o planejamento e os projetos de vida. “A pandemia nos impõe a centralidade da dimensão do presente. Com referência no presente, somos levados a organizar a vida”, disse. Por isso, segundo a professora, a extensão teve de ser “reinventada” na Universidade.
“Como trabalhar remotamente em equipe? Como integrar as equipes e alinhar nossa gestão à política do cuidado com a vida?”. Essas foram algumas das questões que, de acordo com Mayorga, nortearam as ações da instância. “Aprimoramos o sistema de comunicação interna e externa da Proex, ampliamos o diálogo com as redes sociais, fortalecemos as redes de apoio aos servidores e servidoras que são pais e mães de filhos pequenos e reorganizamos toda nossa agenda de atividades”, disse a pró-reitora de Extensão.
A pró-reitora de Graduação, Benigna Oliveira, ressaltou que as implicações da pandemia “são dinâmicas”. “O cenário de sete meses atrás era muito diferente do de hoje. Por isso, é fundamental ter paciência e flexibilidade, estabelecer o diálogo e pensar no significado futuro de nossas ações, mantendo o compromisso com a educação como direito e com a universidade pública gratuita e de qualidade”, pontou.
Como parte do processo de monitoramento do trabalho remoto na UFMG, pesquisa desenvolvida por GT instituído pela Prograd mostrou que as dificuldades da comunidade universitária em relação ao formato podem ser atribuídas à inexperiência, à sobrecarga e à carência de equipamento e de ambiente propício para o trabalho. “É preciso acompanhar constantemente os métodos e as impressões dos envolvidos”, alertou a pró-reitora.
A servidora Zélia Pires, que é diretora da Assessoria Acadêmica da Pró-reitoria de Pós-graduação, falou sobre os desafios e possibilidades do trabalho remoto emergencial no âmbito dos programas de mestrado e doutorado. Segundo ela, 447 dissertações e 311 teses foram defendidas em ambiente virtual durante o regime de distanciamento social. “O controle da ansiedade e a administração do tempo são alguns dos principais desafios. A aprendizagem, a realização e a superação estão entre as boas possibilidades associadas ao regime remoto”, exemplificou.
Os professores Dalton Rocha, do Instituto de Ciências Agrárias, Teresa Kurimoto, da Escola de Enfermagem, e Fernando Mencarelli, diretor de Ação Cultural, também apresentaram relatos. O compartilhamento de experiências prossegue nesta terça-feira, 27, em dois períodos, com foco na área de saúde. A programação da Semana do Servidor segue até a sexta-feira, dia 30.