Tendência de quatro dias de trabalho: entenda o cenário e expectativa para o Brasil
Proposta já é testada em países como Reino Unido, Canadá e Estados Unidos, inclusive com o acompanhamento de grandes universidades
Você costuma chegar disposto para o trabalho na segunda-feira? É comum render menos na sexta, ansiando pelo fim de semana e uma pausa breve depois de cinco dias de labuta? Algumas empresas, aqui mesmo no Brasil, começaram a reparar essas questões entre os funcionários e passaram a testar a semana com 4 dias de trabalho e 3 de folga. A opção pode ser estender o descanso do domingo para a segunda ou ficar liberado na sexta.
Em outros países o modelo também vem sendo testado. No Reino Unido, por exemplo, cerca de 3.300 trabalhadores de mais de 30 setores da economia estão vivenciando essa experiência. O experimento é desenvolvido pela campanha global 4 Day Week, que busca incentivar a adoção da proposta por meio de parcerias com empresas e governos em todo o mundo. O projeto envolve pesquisadores no Boston College e nas universidades de Cambridge e Oxford. Os cientistas acompanham o processo com avaliações de bem estar dos trabalhadores e produtividade de todas as empresas, como parte de uma pesquisa global sobre o tema. Os resultados vão ser divulgados após o final do teste, em dezembro deste ano. Países que também colocaram em teste a semana de 4 dias de trabalho são Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Os principais argumentos dos criadores da campanha 4 Day Week é que há ganhos para a saúde do trabalhador, que também fica mais produtivo, para o meio ambiente e até para o combate ao desemprego.
O programa Conexões conversou sobre essa proposta com a professora Daniela Muradas, professora de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da UFMG. Na entrevista ela comentou as potencialidades da redução de jornada para os trabalhadores e explicou como a nossa legislação regulamenta os limites das horas de trabalho por semana. A professora destacou que, atualmente, não há impedimento legal no Brasil para que as empresas adotem o modelo. Por outro lado, a docente detalhou também quais mudanças seriam necessárias para estimular que mais empregadores optem pela semana de trabalho mais curta e as perspectivas de ampliação dessa realidade tanto no contexto da crise econômica atual no Brasil quanto para o futuro.
Ouça a conversa com a apresentadora Luíza Glória: