Tese defendida na UFMG investiga personagens psicopáticos na crise do drama
Doutor em teoria da literatura pela UFMG, Gustavo Moreira Alves falou sobre a pesquisa, em entrevista ao programa Universo Literário
A crise do drama moderno é um conceito criado pelo acadêmico húngaro Peter Szondi, em 1956, para descrever a evolução do drama como gênero narrativo e teatral, partindo da sua concepção na idade clássica. Esse conceito foi explorado pelo doutor em teoria da literatura pela UFMG Gustavo Moreira Alves, em pesquisa que resultou na tese Personagens psicopáticos na crise do drama, defendida no Programa de Pós-graduação em Estudos Literários da UFMG.
Além da crise do drama moderno, Gustavo Moreira Alves também trabalhou a relação desse conceito com o surgimento de personagens psicopáticos na literatura, a partir da ruptura gerada pelo nascimento do teatro épico no século 20. O pesquisador parte da ideia de que essa ruptura foi a catalisadora do surgimento de personagens psicopáticos.
Em entrevista concedida ao programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa, o pesquisador e doutor em teoria da literatura Gustavo Alves falou sobre a pesquisa e explicou os conceitos trabalhados, como a crise do drama moderno, e o que são os personagens psicopáticos.
Segundo o pesquisador, o conceito da crise do drama moderno, de Peter Szondi, abrange o século 19. “Ele se relaciona com a dificuldade que o naturalismo encontrava de encenar a narrativa e a interioridade dos indivíduos”, explicou.
“A gente poderia considerar o conceito de psicopata como perverso, mas ele nos interessa menos que a noção de que existe um conteúdo recalcado que surge de uma repressão social. Em função dessa repressão é que eu identifiquei esse personagem psicopático no corpo da crise do drama”, afirmou.
Ouça a entrevista de Michelle Bruck com Gustavo Alves no SoundCloud.