Em 1929, foi encontrado em Istambul um fragmento de um mapa-mundi, elaborado no ano de 1513 pelo cartógrafo otomano Piri Reis. Esse mapa se tornou tema de ampla discussão, por ilustrar com precisão a costa ocidental da Europa, a costa norte da África e a costa leste da América do Sul, assim como por indicar ilhas do oceano Atlântico, como a Ilha de Marajó, que só seria descrita oficialmente pelos portugueses em 1530. 

O artefato, assim como vários outros objetos aparentemente deslocados de seu tempo, é um dos mistérios reais transportados para a ficção Uma ponte para Istambul. A narrativa acompanha Catarina, ou Arzu, uma professora de história que viaja do Brasil para Istambul, a fim de conhecer a própria história. Nessa viagem, ela é misteriosamente transportada no tempo, para séculos atrás, onde experimenta uma aventura insólita em busca de conhecimento histórico e autoconhecimento.

O livro Uma ponte para Istambul foi tema de entrevista no programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa, nesta quinta-feira, 2. Na edição, a apresentadora Michelle Bruck conversou a escritora Maria Filomena Bouissou Lepecki, autora da obra ficcional.

"Quando eu fui a Istambul, há muitos anos atrás, eu passei quatro dias lá e fiquei impactada. É uma cidade com uma energia diferente. Para quem gosta de história, como eu, é impossível passar incólume. [...] Esse livro é sobre uma professora de história do Brasil, especialista em Dom Pedro II, que vai atrás de suas raízes familiares em Istambul. Mal sabia ela que ficaria presa nessas raízes, viajando no tempo e acabando detida em um palácio otomano", explicou a escritora, que é autora de quatro livros, incluindo o mais recente.

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