Extensão

UFMG regulamenta inclusão de atividades de extensão nos currículos da graduação

Resolução do Cepe prevê integralização mínima de 10% da carga horária

Voluntários do 'Face Educa' e alunos beneficiados: democratização do acesso ao ensino superior
Voluntários do 'Face educa' e alunos beneficiados: democratização do acesso ao ensino superior Divulgação | Projeto 'Face educa'

Lançado em maio deste ano por estudantes da UFMG egressos de escolas públicas, o projeto de extensão Face educa, vinculado à Faculdade de Ciências Econômicas, é fruto do idealismo de alunos de 20 cursos da UFMG – muitos deles passaram por cursos pré-universitários, populares e solidários –, que se uniram para concretizar o sonho de outras pessoas de também ingressar em uma universidade pública.

No âmbito dessa iniciativa, estudantes e ex-estudantes voluntários da Universidade, sob a orientação de professores, oferecem aulas gratuitas a alunos oriundos de várias partes da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O objetivo é preparar essas pessoas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), especialmente alunos de escolas públicas. Os atuais 55 extensionistas se orgulham da participação, como o estudante João Pedro Panza, do quinto período do curso de Ciências Econômicas. “Temos contato com uma gama de processos para operacionalizar as aulas: da seleção dos alunos a questões pedagógicas, marketing, recursos humanos, entre outras experiências essenciais para nosso desenvolvimento”, afirma João Pedro.

Em 2019, a proposta do Face educa de democratizar o acesso ao ensino superior rendeu-lhe o prêmio Destaque da Extensão, no 22º Encontro de Extensão, mostra que integrou a programação da última edição da Semana do Conhecimento.

Com o objetivo de reconhecer e fomentar experiências como essa, nas mais diversas áreas, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) aprovou, em 10 de outubro, novas diretrizes para a integralização das atividades de extensão à estrutura curricular dos 91 cursos de graduação. Entre as principais alterações estabelecidas pela Resolução 10/2019, está a determinação de que “a estrutura curricular de cada curso de graduação deverá prever a integralização do percentual mínimo de 10% (dez por cento) da sua carga horária total por meio da Formação em Extensão Universitária".

De acordo com a regulamentação, os colegiados dos cursos de graduação têm prazo, até setembro de 2021, para reformular ou revisar os respectivos projetos pedagógicos a fim de atender ao percentual mínimo exigido para ações de extensão, por meio de programas, projetos, prestação de serviços, cursos e eventos.

A regulamentação é abordada em reportagem publicada na edição 2.078 do Boletim UFMG, que circula nesta semana.