Descoberta alteração em gene que produz resistência contra a malária
Estudo, que analisou os genomas de 1,7 mil indivíduos da África subsaariana, foi liderado por equipe da UFMG
![Foca Lisboa / UFMG Eduardo Tarazona: perspectiva evolutiva](https://ufmg.br/thumbor/oTg3XW3BSZk4fhmEuUWPOT9xgEc=/0x0:713x476/712x474/https://ufmg.br/storage/f/f/f/6/fff66a1029602c65a0fff6129542b6b6_15548178764473_806035583.jpg)
Doença infecciosa transmitida por mosquitos cujas larvas se desenvolvem em reservatórios de água parada, a malária é endêmica em algumas regiões quentes e chuvosas do planeta, como a África subsaariana. Com prevalência associada a populações muito pobres, a malária é também fator de risco para o linfoma de Burkitt – tipo de câncer pediátrico comum naquela porção do continente africano.
“Trata-se de um grave problema de saúde global, ao qual se deve significativa taxa de mortalidade”, comenta o professor Eduardo Tarazona, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. Juntamente com o pesquisador ugandês Sam Mbulaiteye, do Instituto Nacional do Câncer (NCI), dos Estados Unidos, a equipe de Tarazona liderou a pesquisa que identificou variante no gene ATP2B4, com frequência aumentada na população de Uganda, que torna seus portadores mais resistentes à malária. “A variante é, por consequência, candidata a ser protetiva também contra o linfoma de Burkitt. Essa confirmação, no entanto, ainda depende de pesquisas mais aprofundadas”, avalia Tarazona.
Com fundamento em métodos próprios dos estudos de evolução, a equipe de cientistas analisou os genomas de 1,7 mil indivíduos que habitam a África subsaariana. O estudo, publicado no periódico norte-americano PLoS Genetics, foi abordado em matéria veiculada na edição 2.053 do Boletim UFMG.