Documentário ‘Sonhos no chão, sementes da educação’ é premiado no festival CineBaru
Filme de diretor mineiro retrata o que significou a derrubada da Escola Popular Eduardo Galeano para as famílias despejadas do acampamento Campo Grande, em Minas Gerais
No dia 12 de agosto de 2020, 14 famílias foram despejadas do acampamento Campo Grande, no município de Campo do Meio, em Minas Gerais. O primeiro lugar a ser destruído pela reintegração de posse foi a Escola Popular Eduardo Galeano, onde crianças, adolescentes e adultos tinham acesso a uma educação contextualizada no campo. O documentário Sonhos no chão, sementes da educação, do diretor belo-horizontino Lucas Bois, conta essa história, por meio de depoimentos de educandos, educandas e representantes do setor de Formação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que ainda resistem no acampamento.
O filme foi um dos premiados na quinta edição do festival CineBaru - Mostra Sagarana de Cinema. Os vencedores foram revelados no domingo, 2. Entre os 36 curtas-metragens selecionados para participar da mostra, Sonhos no chão, sementes da educação foi um dos dois premiados pelo Júri Técnico como Melhor Filme. O CineBaru busca democratizar o acesso ao cinema e fortalecer a produção audiovisual do sertão-cerrado. O documentário está disponível no canal Jornalistas Livres no Youtube.
Durante entrevista ao programa Expresso 104,5 desta quarta-feira, 5, o fotógrafo, produtor e diretor audiovisual belo-horizontino que dirigiu o filme Sonhos no chão, semente da educação, Lucas Bois, contou sobre o que motivou a produção cinematográfica, sobre o processo de gravação e a importância dos depoimentos que registrou. Ele ainda reforçou que “o documentário tenta mostrar a força que é uma escola num local, o que ela representa para as pessoas e o que representa hoje a derrubada de uma escola. É muito simbólico isso. É a desvalorização de uma cultura, desvalorização da educação na vida de tanta gente”.
Produção: Enaile Almeida e Filipe Sartoreto
Publicação: Alessandra Dantas