Eleições 2018: candidatos apresentam propostas para meio ambiente
Responderam aos questionamentos Antonio Anastasia (PSDB) e Dirlene Marques (PSOL)
Respostas dos candidatos
A Rádio UFMG Educativa questionou os candidatos ao governo de Minas Gerais sobre suas posições em relação à proteção do meio ambiente e sua relação com o desenvolvimento econômico sustentável. A solicitação foi feita a todos os candidatos, sendo que, até a data de veiculação desta matéria, responderam aos questionamentos Antonio Anastasia (PSDB) e Dirlene Marques (PSOL). Confira abaixo as respostas na íntegra:
Muitos ambientalistas alegam um dos fatores para a queda nos danos ao meio ambiente se deu pela crise que afetou o estado e, por isso, temem que os danos ao meio ambiente voltem a crescer com uma possível retomada da economia em Minas. Como promover o crescimento econômico de forma sustentável e realizar uma economia verde, em que as empresas prezem pela proteção do meio ambiente em suas operações?
Antonio Anastasia (PSDB): Minas Gerais precisa voltar aos trilhos do desenvolvimento, para gerar emprego e renda para os mineiros, o que deve ocorrer sob a ótica do desenvolvimento sustentável. Isso é possível por meio de iniciativas como a diversificação da matriz energética, tratamento de esgoto, recuperação de rios, proteção de nascentes e novos negócios ligados à economia de baixo carbono. Um bom exemplo, que quero incentivar muito, é a energia solar. Podemos, por meio dela, agregar valor ao produto mineiro. Incentivar tanto os estudos, que estão avançando nesse tema, como a produção das placas e a instalação das próprias usinas. Gera energia limpa, gera empregos, gera desenvolvimento.
Dirlene Marques (PSOL): Sim, é preciso pensar em meio ambiente e desenvolvimento de maneira que não haja prejuízo econômico, social ou ambiental. O aproveitamento de energias alternativas e fontes renováveis faz parte de nosso programa de governo. Sabemos, por exemplo, que Minas conta com seis microrregiões com imenso potencial de geração de energia solar. São as microrregiões de (1) Janaúba, (2) Januária, (3) Pirapora e Unaí, (4) Pirapora e Paracatu; (5) Curvelo e Três Marias, além de (6) Patrocínio e Araxá. Não podemos deixar de considerar esses dados, que significam possibilidades de melhoria para todo o Estado. Mas, repito, essas melhorias precisam ter um equilíbrio entre questões econômicas e questões sociais. Essa é minha preocupação como alguém que defende políticas ambientalistas e é o que levarei para minha atuação como governadora. E não podemos falar de meio ambiente, economia e questões sociais sem falar do que houve em Mariana, o que eu considero muito mais do que um crime ambiental. Uma maior rigidez no licenciamento ambiental, que é algo que eu defendo com veemência, poderia ter impedido esse crime da Samarco contra a população de Mariana, poluiu mais de 600 quilômetros de rio, o Complexo de Abrolhos e o Oceano Atlântico. É preciso lembrar sempre que, pouco tempo depois, Pimentel flexibilizou o licenciamento ambiental. E isso, por si só, é bastante preocupante. Quem quer outro crime ambiental como esse da Samarco? Para evitar que isso aconteça e garantir sim, desenvolvimento e qualidade de vida, é que defendo rigidez no licenciamento ambiental. É bom ressaltar ainda que nosso foco de desenvolvimento é a agroecologia, que defendemos como ciência, prática e movimento social. Temos, com a agroecologia, um amplo projeto de transformação das formas de produção, processamento, distribuição e consumo presentes no atual sistema agroalimentar.
Além disto, a falta de propostas para a proteção do meio ambiente no plano de governo dos candidatos ao governo mineiro e à presidência preocupa ambientalistas. Fundação SOS Mata Atlântica e Associação Mineira de Defesa do Ambiente enviam documento com propostas de proteção ao bioma e pontos de atenção sobre as questões ambientais no Brasil. Ouça reportagem de Mateus Santos sobre o assunto.