Em parceria com a UFMG, Comissão da Verdade organiza biblioteca on-line
Site reúne cerca de cinco mil documentos utilizados pela Comissão da Verdade de Minas Gerais para elaboração do relatório final
A Comissão da Verdade de Minas Gerais (Covemg), em parceria com o Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da UFMG, entregou, na semana passada, a Biblioteca Covemg On-line, onde estão disponibilizados cerca de cinco mil documentos utilizados pela comissão para a construção do relatório final da investigação. A ação foi coordenada pela professora da Escola de Ciência da Informação Maria Guiomar da Cunha, e a biblioteca foi lançada durante a 2ª Mostra de Direitos Humanos.
A biblioteca on-line é organizada em 13 comunidades, onde os documentos são dispostos de acordo com suas categorias: Comissão da Verdade em Minas Gerais – história e atuação, Mortos e desaparecidos, Tortura e violência institucional, Locais de repressão e tortura, Violações de direitos humanos no campo, Repressão a trabalhadores e ao movimento social, Posição das igrejas cristãs durante a ditadura, Violações de direitos humanos dos povos indígenas, Terrorismo de extrema-direita, Censura, Perseguição a políticos e servidores públicos, Repressão ao movimento estudantil e às universidades e Impedimento de convivência de crianças com seus pais. Para a construção e organização do acervo, foi usado o software DSpace.
A professora Maria Guiomar salienta a importância de se disponibilizar esses arquivos ao acesso público de forma organizada: “A biblioteca on-line atua em três frentes: ela é útil para pesquisas em diversas áreas, serve como prova documental para futuros processos de responsabilização de crimes da ditadura e promove a educação em direitos humanos”.
Os documentos estão disponíveis no site da Covemg. O trabalho da Comissão da Verdade de Minas Gerais pode ser acompanhado pelo Facebook.
Comissão da Verdade
Instituída em 2013, a Comissão da Verdade de Minas Gerais investigou, por quatro anos, as violações aos direitos humanos ocorridas no estado de 1946 a 1988, e mais especificamente durante o período ditatorial. A pesquisa extensa contou com ampla participação da comunidade da UFMG, através do Centro de Estudos sobre Justiça de Transição (CJT), vinculado à Faculdade de Direito, do Projeto República e da Escola de Ciência da Informação. O relatório final, com quase duas mil páginas, foi entregue à Universidade em fevereiro e está disponível on-line para acesso gratuito.