Festival de Verão evidencia expressão corporal afro e espiritualidade indígena
Oficinas serão ministradas pela socióloga Avelin Kambiwá e pela bailarina Junia Bertolino
Vivenciar as corporeidades afro-brasileiras e africanas – fundamentais na formação de danças populares de norte ao sul do Brasil, como afoxé, maracatu, samba de roda, batuque e danças guerreiras – e apresentar a espiritualidade e a forma de organizar e pensar o mundo dos índios Kambiwá, etnia que habita o sertão de Pernambuco. Essas são as propostas de duas oficinas da 12ª edição do Festival de Verão da UFMG, que será realizado na próxima semana, de 5 a 8 de fevereiro.
Na atividade sobre as expressividades corporais afro-brasileiras e africanas, que será ministrada pela bailarina, capoeirista e arte-educadora Júnia Bertolino, serão trabalhados movimentos corporais, cantos e ritmos que despertam uma consciência individual e coletiva e favorecem o diálogo entre os participantes e a reflexão sobre o homem e a sua interação com a cultura.
"A vivência dessas corporeidades negras passa pelo movimento, pelo jeito de andar, pela narrativa, pelo canto e pela dança", afirma a coreógrafa. A oficina também contempla texto e documentário, e serão abordadas, além das danças populares brasileiras, as danças do Oeste da África. O universo feminino, por meio de palavras, gestos, figurinos e cantos, também será destacado na atividade.
Graduada em Jornalismo pela PUC Minas e em Antropologia pela UFMG e pós-graduada em Estudos Africanos e Afro-brasileiros, Júnia Bertolino atua como arte-educadora em projetos sociais, escolas, centros culturais e universidades. É diretora e coreógrafa da Cia Baobá Minas, além de idealizadora do Prêmio Zumbi de Cultura. Como artista e bailarina, levou seu trabalho a Guiné-Bissau e Senegal e à Alemanha, Índia, Inglaterra e Itália.
A oficina será realizada nas manhãs de 5 a 8 de fevereiro, das 8h às 12h, na sala 1 do Centro Cultural UFMG. Aberta ao público em geral, a atividade tem classificação etária livre. Os alunos devem trajar roupas leves e levar instrumentos de percussão, caso possuam.
Outras formas de existir
A oficina Espiritualidade indígena e bem viver apresentará, por meio da Nhengaturupi (“palavra boa”), a espiritualidade indígena do sertão pernambucano. Na atividade, será destacada a forma de organizar e pensar o mundo que, entre os Kambiwá, está intimamente conectado com a natureza e com a Mãe Jurema na construção do 'bem viver'. “Outras formas de existir, que nos religam à Mãe Terra, são possíveis”, pontua Avelin Buniacá Kambiwá, que ministrará a atividade.
Indígena da etnia Kambiwá e socióloga, Avelin Buniacá é especialista em gênero e raça e ensinos religiosos. Ela pretende propor uma discussão sobre uma vida fora do modelo ocidental de felicidade.
A sala 18 do Conservatório UFMG abrigará a oficina, que será realizada das 13h às 17h, também de 5 a 8 de fevereiro. Aberta a todos os interessados, a atividade tem classificação indicativa de 18 anos.
As inscrições para as oficinas do Festival de Verão custam R$ 20 e podem ser feitas no site do evento até o início da programação, se houver vagas. Também podem ser efetuadas no posto que a Fundep mantém na Praça de Serviços do campus Pampulha, loja 7. Lá, o atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O telefone para informações é o (31) 3409-4220.
Atualizações sobre o Festival de Verão da UFMG também podem ser obtidas no Facebook, no Twitter e no Instagram. O Conservatório UFMG fica na Avenida Afonso Pena, 1.534, Centro. O Centro Cultural está localizado na Avenida Santos Dumont, 174, em frente à Praça da Estação, também na região central da capital.