Extensão

Hospital das Clínicas lança campanha em benefício dos catadores de recicláveis

Iniciativa visa assegurar renda mínima a 43 famílias que vivem da coleta de resíduos

Catadores
Catadores da Coopersoli atuam na região do BarreiroAcervo Hospital das Clínicas

Antes da pandemia do coronavírus, o projeto Coleta Seletiva Solidária, desenvolvido pelo Hospital das Clínicas da UFMG, disponibilizava cerca de sete toneladas de resíduos recicláveis mensais para cooperativas selecionadas por meio de edital público. Por causa da crise sanitária, as coletas seletivas estão suspensas pela Prefeitura de Belo Horizonte, com vistas à proteção da saúde pública e ao cuidado com as pessoas que trabalham no recolhimento de resíduos.  

Sem coleta seletiva, catadores apoiados pelo Hospital ficaram sem trabalho e sem renda. Para garantir a sobrevivência dessas pessoas durante a paralisação imposta pela pandemia, o HC-UFMG lançou, nesta sexta, 5, Dia Mundial do Meio Ambiente, a campanha Saúde e meio ambiente: juntos pela vida!. A iniciativa apoiará a Coopersoli, cooperativa criada em 2003 e que atua na região do Barreiro, em Belo Horizonte. O objetivo é garantir uma renda mínima a 43 famílias (215 pessoas) de catadores de materiais recicláveis em extrema vulnerabilidade econômica e social. Além disso, reforçará a importância do descarte correto do lixo e da reciclagem.

“Para nós, é muito gratificante saber que existem pessoas que se preocupam com a gente e com o trabalho dos catadores. Muitos não conseguiram receber ainda o auxílio do governo. Fizemos uma proposta de retomada para a Prefeitura, mas ainda está em análise. A campanha vai ajudar a garantir o aluguel, a água e a luz desses catadores”, afirmou a conselheira administrativa da Coopersoli Barreiro, Neli de Souza Silva Medeiros.

Para ajudar, acesse este site e escolha sua doação, que também pode ser feita por depósito em conta: Caixa Econômica Federal, Coopersoli Barreiro, Agência 0935, Conta 5647-0, OP 003, CNPJ 06226584/0001-02.

Descarte seguro
Um dos principais problemas ambientais é o descarte inadequado do lixo, daí a importância de campanhas de incentivo à coleta seletiva e à reciclagem. No cenário de pandemia, essa necessidade é ainda maior devido ao grande volume de resíduos de serviços de saúde (RSS) resultantes da atividade de assistência ao paciente com suspeita ou confirmação de Covid-19 e à alta transmissibilidade do novo coronavírus.

No HC-UFMG, diversas ações foram realizadas para tornar ainda mais seguro o gerenciamento do lixo hospitalar. Um fluxo com orientações sobre acondicionamento, coleta, armazenamento e destinação final foi criado para encaminhar corretamente resíduos contaminados pelo novo coronavírus.

Segundo a chefe da Unidade de Gestão de Resíduos, Elci Souza Santos, a instituição manteve o processo de coleta seletiva, porém, por medida de segurança, todos os resíduos gerados, mesmo os recicláveis, têm sido descartados como comuns durante a pandemia. 

Também foi preciso adaptar os abrigos do hospital e contratar coletas extras para resíduos do grupo A1 – categoria em que se enquadra o novo coronavírus –, que são aqueles provenientes de inoculação, manipulação genética e de microrganismos, de ampolas e frascos e de todo o material usado em vacinação, manipulação laboratorial ou que contém sangue. Em dois meses, foram geradas cerca de três toneladas desse tipo de resíduo.

Luna Normand / Hospital das Clínicas