Livro sobre história política e arte de Moçambique será lançado na Fafich
Autora é a historiadora Lia Laranjeira, que analisou o papel da população makonde no processo de independência do país
A historiadora Lia Laranjeira estará na UFMG, nesta quarta-feira, 21, para lançar o livro Mashinamu na Uhuru: arte maconde e a história política de Moçambique (1950-1974). A obra, que é resultado de tese de doutorado de Laranjeira, defendida em 2016 na Universidade de São Paulo (USP), relaciona as esculturas em madeira produzidas pelo povo makonde à história de Moçambique durante a luta pela independência do país.
O evento é organizado pelo grupo de pesquisa Áfricas – história, política e cultura, vinculado ao Departamento de História da Fafich, e integra a programação do Novembro Negro. Durante o lançamento, Lia Laranjeira fará uma palestra sobre o livro.
Como explica a professora Vanicléia Santos, coordenadora do grupo Áfricas e organizadora do evento, 'mashinamu' significa arte makonde, e 'uhuru' quer dizer liberdade, na língua suaíli. “As duas palavras são usadas no título para explicar o momento em que os artistas se envolveram na luta pela liberdade de Moçambique", afirma.
O livro tem como eixo as conexões entre a produção de esculturas em madeira, conhecidas como arte makonde, e a história de Moçambique, pelo viés da atuação política e artística dessa população no período de 1950 a 1974.
Resistência
Makonde é um grupo étnico que habita o Sudeste da Tanzânia e o Nordeste de Moçambique e que se notabilizou por oferecer forte resistência à colonização e ao tráfico de escravos.
No resumo da obra, Laranjeira explica: “No intuito de compreender a referida produção artística em diálogo com a história política de Moçambique, o estudo elucidou, dentre outros aspectos, os sentidos dessa produção em diferentes contextos políticos e sociais e o papel da população makonde no processo de independência de Moçambique".
O evento de lançamento começa às 19h, no Centro de Estudos sobre a Presença Africana no Mundo Moderno (Cepamm), instalado na sala 3029 da Fafich. A entrada é gratuita.