Orçamento e legislação foram temas de fórum que reuniu na UFMG pró-reitores de Assuntos Estudantis
Cinquenta e oito das 71 universidades federais enviaram dirigentes para encontro desta semana, que teve participação também de representantes do Ministério da Educação

Nesta semana, durante quatro dias, dirigentes de 58 universidades federais estiveram reunidos no campus Pampulha da UFMG para o 1º Encontro Nacional em 2025 do Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Estudantis (Fonaprace). Participaram também representantes do Ministério da Educação (MEC) e da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Uma das discussões centrais foi a iminente regulamentação da Lei 14.914 (Lei Pnaes), de 3 de julho de 2024, que instituiu a Política Nacional de Assistência Estudantil. Pró-reitores e membros de suas equipes discutiram com representantes do MEC a metodologia para a regulamentação. O debate cumpriu um de seus objetivos principais, que foi o de abrir espaço para participação e aprimorar a compreensão da lei recente.
Na mesa sobre a matriz orçamentária da assistência estudantil, que teve a participação do diretor de Desenvolvimento da Rede de Ifes do MEC, Juscelino Pereira Silva, foram reconhecidas as dificuldades financeiras das instituições nessa área e avaliados os mecanismos de distribuição de recursos, que precisam ser aprimorados e se tornar mais equilibrados. O orçamento atual é de R$ 1,3 bilhão, e as universidades estimam que o valor razoável para atender efetivamente às demandas assistenciais da Educação Profissional e Tecnológica, da Graduação e da Pós-graduação é de R$ 2,5 bilhões.
“Encaminhamos nossas demandas para a Andifes, que mantém mobilização para a recomposição do orçamento”, disse o presidente do Fonaprace, Sandro Ferreira, que é pró-reitor de Assuntos Estudantis da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Ele destacou também o diálogo produtivo que o Fórum tem mantido com o MEC. Outros assuntos tratados no encontro concluído nesta sexta, 6, foram a formação das equipes para orientação pedagógica de estudantes com dificuldades de aprendizagem e as políticas de permanência para estudantes estrangeiros.
Dez anos
O encontro foi organizado pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) da UFMG. O evento serviu também como fechamento do ciclo de comemorações dos dez anos da Prae, completados em novembro de 2024, que incluiu seminários internos e visitas às unidades acadêmicas, entre outras atividades. A professora Licínia Corrêa, titular da Prae, ressaltou que, ao criar a pró-reitoria, a UFMG “formalizou sua convicção antiga de que assistência e permanência estudantil é pauta que deve ser tratada com prioridade e em toda a sua especificidade e relevância”.

Ela lembrou que a Prae foi criada em época de virada no cenário da política educacional brasileira, marcado pela lei de cotas e pela prevalência do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que ampliaram as oportunidades para os candidatos a ingressar nas universidades. “Nossas conversas nesta semana focaram também na ampliação do escopo da permanência, que deve ser vista em seus aspectos material, relacionado à assistência propriamente dita, simbólico, que tem a ver com pertencimento e diversidade, e acadêmico, representado pela qualidade dos cursos e pela oportunidade de o estudante viver a instituição em todas as suas dimensões", afirmou Licínia Corrêa.
Na solenidade de abertura do encontro, a Prae homenageou diretores e técnicos que ajudaram a construir a assistência estudantil nessa década e também a Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump) e a Pró-reitoria de Planejamento. “A existência da Prae só faz sentido em diálogo constante com a comunidade universitária, incluindo as outras instâncias de gestão”, enfatizou Licínia.
O próximo encontro do Fonaprace está agendado para novembro, na sede da Andifes, em Brasília. Em junho de 2026, será realizado o 2º Congresso de Assistência Estudantil, de viés acadêmico, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Recife.
