Na manhã dessa terça-feira, 24, foi anunciado o adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020. Em razão da pandemia do novo coronavírus que atinge o mundo, as competições devem ser realizadas até meados do ano que vem. Esta é a primeira vez, na era moderna, que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos são adiados. Mesmo antes do anúncio do adiamento dos jogos, outras competições esportivas, inclusive classificatórias para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, já estavam sendo suspensas, por causa da pandemia da Covid-19.

O adiamento das competições afeta atletas e paratletas de todo o mundo, que estavam em preparação, na reta final do ciclo olímpico. A paratleta do Centro de Treinamento Esportivo da UFMG (CTE), Izabela Campos, é uma desses atletas. 

Medalhista de ouro e recordista no arremesso de disco na classe F11, para deficientes visuais, nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019, e bronze na mesma categoria dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, a atleta estava pré convocada para os Jogos de Tóquio e se preparava para as competições classificatórias finais, que também foram suspensas.  

A atleta, que se preparava para a seletiva em São Paulo, onde tentaria alcançar o índice classificatório para Tóquio, conversou com o programa Expresso 104,5, da Rádio UFMG Educativa, nesta quarta-feira, 25. Pré-convocada para a competição, Izabela precisa confirmar o índice e disse que não considerava possível o adiamento dos jogos e das competições já agora.

"Eu acompanhava as notícias do que estava acontecendo no mundo, por causa do vírus, e achava que aquilo estava distante. Já tinha ouvido rumores sobre a realização das Olimpíadas e das Paralimpíadas, mas que a decisão seria tomada até o mês de maio", contou.

Izabela Campos viajaria para São Paulo no dia 15 de março, com retorno no dia 30. Uma semana antes da viagem, foi comunicada, por e-mail, que as competições seletivas estavam adiadas até o meio deste ano. 

"A gente tem que dar prioridade à saúde, neste momento. Após isso passar, a gente volta a treinar. Foi uma decisão muito boa, muito acertada, porque muitos atletas seriam prejudicados. Muitos já estavam se arriscando, treinado em outros lugares. [A decisão] trouxe um alento para nós que somos atletas", pontuou.