Reinfecções pelo coronavírus acendem sinal de alerta na comunidade científica
Professora do ICB explica por que é tão difícil confirmar casos de nova contaminação
Cientistas de Hong Kong documentaram pela primeira vez, em 24 de agosto, um caso de reinfecção pelo coronavírus. Trata-se de um homem de 33 anos que teve dois testes positivos para a covid-19 em um intervalo de quatro meses e meio. A nova infecção foi comprovada por meio de análise genética do material coletado, descartando a suspeita de que se tratava da primeira infecção inativa no corpo do paciente.
No dia seguinte ao anúncio, pesquisadores da Holanda e da Bélgica confirmaram mais duas reinfecções, uma em cada país. No Brasil, estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) documentou o caso de uma paciente de 24 anos na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, em setembro. De acordo com o artigo, o primeiro resultado positivo ocorreu em maio, e o segundo, cerca de 50 dias depois. Além de outras situações suspeitas em acompanhamento, os pesquisadores brasileiros estão investigando o organismo da paciente e comparando com casos semelhantes.
Diante da confirmação do fenômeno da reinfecção pelo vírus e de outras ocorrências comprovadas e em acompanhamento em outros países, existe a preocupação de autoridades e da comunidade científica quanto ao prazo de validade da imunidade desenvolvida pelas pessoas acometidas pela covid-19 e ao desempenho das candidatas a vacinas.
Em entrevista à TV UFMG, a professora Jordana Reis, do Departamento de Microbiologia do ICB, explica o que é uma reinfecção, suas implicações e por que é tão difícil confirmar casos de nova contaminação.
Equipe: Artur Horta (produção), Marcia Botelho (edição de imagens) e Renata Valentim (edição de conteúdo)