Pesquisa e Inovação

Simpósio sobre infecção controlada reúne casos bem-sucedidos de aplicação da metodologia

Especialista da Johns Hopkins University, dos EUA, detalhou o funcionamento do modelo de desafio humano para dengue e zika

Mesa de abertura destacou avanços da metodologia de infecção controlada
Mesa de abertura destacou avanços da metodologia de infecção controlada Virgínia Muniz | CTVacinas

O primeiro dia do Simpósio Brasileiro de Infecção Humana Controlada foi marcado por relatos de experiências exitosas em continentes diversos – Europa, Oceania e África – e contra doenças diversas, como dengue, zika e malária. O evento, realizado pela primeira vez no Brasil, reúne referências globais nesse procedimento que causa infecções propositais e seguras para agilizar e tornar mais eficiente o desenvolvimento de vacinas.

Helton Santiago: Simpósio reúne informação qualificada.
Helton Santiago: Simpósio reúne informação qualificada. Virgínia Muniz | CTVacinas

A abertura do evento contou com a participação do pró-reitor da UFMG, Fernando Reis, e do diretor do grupo responsável pelo desenvolvimento da AstraZeneca, Andrew Pollard, da Universidade de Oxford. Em reportagem publicada no Portal UFMG, o professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG e diretor científico do CTVacinas, Helton Santiago, explicou como a infecção controlada pode ser usada para o desenvolvimento de vacinas e medicamentos.

“Temos muitos especialistas da área científica, de engajamento e ética reunidos neste Simpósio. A UFMG está trazendo  informação qualificada ao Brasil que pode fazer muita diferença na ciência nacional”, disse o professor. O simpósio termina nesta sexta-feira, dia 9.

Alternativa para diversas doenças
A experiência do uso do modelo de infecção humana controlada para o combate de outras doenças também foi compartilhada. Anna Durbin, professora da Johns Hopkins University, dos Estados Unidos, detalhou o desenvolvimento do modelo de desafio humano para dengue e zika.

“No modelo para dengue, foram utilizados dois vírus isolados naturalmente atenuados – DENV2 Toga/74 e DENV-3 Slemen/78. Identificamos, por meio de estudo randomizado e duplo-cego, que ambos induziram sinais clínicos moderados e viremia (presença de vírus no sangue) em 100% dos participantes”, afirmou a pesquisadora.

Durbin também reforçou o acompanhamento rigoroso recebido pelos participantes durante todo o estudo, celebrando que o modelo testado para a zika resultou na recuperação plena dos voluntários, sem registro de eventos adversos graves.

CTVacinas